No dia 30 de julho de 2020, Silvana Oliveira Lima, de 35 anos, foi atacada com golpes de tesoura dentro do seu local de trabalho, uma loja de roupas no Centro da capital. A vítima morreu dois dias depois das agressões, no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Após quase dois anos do crime, a suspeita da morte, que chegou ser presa em flagrante delito, continua em liberdade.
De acordo com relatos de pessoas que estavam no estabelecimento, Maria do Socorro disse “botei foi pra matar”, após atacar Silvana com uma tesoura. Na época, a defesa da acusada requereu a instauração do incidente de sanidade mental, que foi deferido pela magistrada da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Para o advogado Lúcio Tadeu, que responde pela família de Silvana Oliveira, o laudo médico da acusada não foi questionado pelo Ministério Público.
“O caso Silvana Oliveira, nós entramos na ação como assistente do Ministério Público há época que a defesa da ré haver solicitado, requerido a instauração do incidente de sanidade mental, que foi deferido pela magistrada da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Foi feito uma audiência lá no Areolino de Abreu, onde os peritos médicos oficiais se reuniram, ouviram algumas pessoas, ouviram a ré e chegaram a conclusão que há época do fato, a ré não tinha discernimento para entender o caráter criminoso que praticou. Foi feito o relatório, foi encaminhado ao juízo, a juíza tomou conhecimento, abriu vista para o Ministério Público que em uma lauda, não questionou e acatou a perícia médica”, disse o advogado, em entrevista à TV Meio Norte.
O Núcleo de Feminicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investigou o caso. De acordo com a delegada Luana Alves, que esteve na frente do caso na época, não havia intriga entre as duas. “A dinâmica criminal está esclarecida, não existiam discussões no trabalho, era um ambiente saudável, não existiam intrigas declaradas entre elas, as duas tinham um relacionamento normal”, informou a delegada.
Porém, para Lúcio Tadeu, Maria do Socorro nutria inimizade contra a vítima. “Dentro dos autos, está fartamente demostrado inclusive, com depoimento da própria ré, que ela nutria um ódio, inimizade com Silvana. O crime foi premeditado. A magistrada tem a convicção dela, eu respeito, mas pra isso existe a instância superior pra gente se surgir contra uma decisão de piso”, finaliza.