A partir do diagnóstico inicial, é feito um mapeamento do corpo para verificar se há metástases em outros órgãos e, especialmente, no mediastino, uma estrutura que fica próxima aos pulmões. Se o tumor estiver em fase inicial, e localizado apenas no pulmão, o tratamento de escolha costuma ser a cirurgia para retirá-lo ou, como alternativa, a radiocirurgia, que é uma radioterapia muito direcionada.
“Em casos mais avançados, mas ainda sem lesões à distância, combinamos radio e quimioterapia, ainda com a intenção de curar a pessoa”, conta Mariana. “Se ela responde aos tratamentos, podemos consolidar o resultado positivo com a imunoterapia”, completa a oncologista.
A imunoterapia está mudando o jogo do tratamento do câncer de pulmão e outros tumores. “A descoberta dessa estratégia, que religa nosso sistema imune ou tira a camuflagem que a célula maligna usa, contribui muito para o sucesso do tratamento”, pontua Mariana. Remédios integrantes dessa classe, alguns já disponíveis no Brasil, diminuem o risco de recidivas.
Quando há metástase, o caminho depende do tipo de tumor. Para alguns, a quimioterapia funciona melhor, para outros o ideal é adotar somente a imunoterapia. É nessa fase que costumam ser feitos os testes genéticos em busca de mutações que justifiquem o uso de terapias-alvo, que inibem os chamados oncogenes.
Para o câncer de pequenas células, mais raro e agressivo, existem poucos quimioterápicos eficazes, e eles não costumam agir tão bem. É um campo ainda a ser explorado pela medicina.
Outro ponto a ser resolvido é a dificuldades no acesso a bons tratamentos e a demora no diagnóstico, que ainda atravancam a jornada da pessoa com câncer de pulmão rumo à cura, como mostramos nesta reportagem.