Considerado o terceiro tumor ginecológico mais comum entre as mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama e colo do útero, o câncer de ovário geralmente se manifesta no período posterior à menopausa, mas também pode acometer jovens em idade reprodutiva. Até o momento não se conhece exatamente a origem dessa doença, mas sabe-se que alguns fatores de risco aumentam as chances de ela se desenvolver: além da idade superior aos 50 anos, obesidade, sobrepeso e histórico familiar de câncer ovariano ou de mama estão relacionados, entre outras condições.
No entanto, muito se questiona como se prevenir dessa condição que acomete diversas mulheres. A Aliança para Pesquisa do Câncer de Ovário publicou recentemente uma recomendação a favor da cirurgia de remoção das trompas como maneira de evitar o câncer de ovário. “A maioria dos tumores na região ocorre nessa estrutura, e a remoção é a única estratégia de prevenção que se mostrou efetiva”, comenta o ginecologista Igor Padovesi, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
A ideia apoiada pelo especialista não é sair operando todo mundo, mas aproveitar outros procedimentos abdominais, como a cirurgia bariátrica ou de retirada do útero, para fazer a intervenção. Em uma pesquisa com mais de 25 mil mulheres submetidas à remoção oportuna (junto com outra intervenção), não houve casos de câncer de ovário seroso — o esperado para esse grupo seriam pelo menos cinco episódios. A cirurgia é simples e o benefício pode ser grande. “Esse tipo de câncer não é tão comum, mas tende a ser agressivo e diagnosticado tardiamente”, aponta Padovesi.
Entenda a sua anatomia
Os ovários são estruturas que compõem os órgãos genitais internos femininos. Em geral eles têm cor perolada, forma alongada e são menores que um ovo de galinha. Conectados ao útero, são encarregados da produção de hormônios sexuais femininos (estrógenos e progesterona) e masculinos (pequenas quantidades de testosterona), e de células reprodutoras —os óvulos, que por eles também são liberados.
Por que esse tumor aparece?
William Augusto Casteleins, cirurgião oncológico do HMC (Hospital Marcelino Champagnat - PR) explica que existem mais de dez tipos diferentes de câncer de ovário, e eles se desenvolvem a partir do crescimento e da multiplicação desordenada de diferentes células encontradas nesse órgão. Dadas as suas características, eles são classificados em dois grande grupos —os epiteliais e os não epiteliais. "O mais frequente deles começa nas células do tecido que reveste o ovário, chamadas de epiteliais. Os cânceres, ou carcinomas epiteliais, representam 95% das neoplasias (tumores) ovarianas", diz.
Embora até o momento não se saiba exatamente por que isso acontece, os cientistas já identificaram fatores que se relacionam e aumentam as chances de ter um câncer ovariano. Confira:
- Genética (herança materna ou paterna das mutações dos genes BRCA1 ou BRCA2)
- Histórico familiar de câncer de ovário ou mama
- Ter idade superior a 50 anos
- Endometriose
- Terapia de Reposição Hormonal
- Menopausa tardia ou primeira menstruação precoce
- Nuliparidade (mulheres que nunca tiveram filhos)
- Sobrepeso e obesidade
- Tabaco
- Falta de exercícios