Na última quinta-feira (13), a Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), anunciou que irá incluir o adoçante aspartame à lista de potenciais alimentos cancerígenos. Um dos adoçantes artificiais mais utilizados do mundo, o aspartame é encontrado em produtos dietéticos, ou “lights”, como Coca Zero, chicletes, gelatinas, sorvetes, iogurtes, cereais, e outros.
O adoçante foi incluído no grupo 2B de cancerígenos, o que indica que há evidências limitadas de que o adoçante pode causar câncer. Por isso, o consumo da substância continua considerado seguro se mantido dentro da quantidade diária de 40 mg por quilo de peso corporal do consumidor. Além do aspartame, a OMS já considera outros alimentos comuns do dia a dia como potencialmente cancerígenos. O IARC divide os produtos cancerígenos em quatro grupos, sendo eles:
- 1 – cancerígeno;
- 2A – provavelmente cancerígeno;
- 2B – possivelmente cancerígeno;
- 3 – sem classificação sobre o risco de câncer.
Apesar disso, é necessário destacar que essa classificação não indica o grau de perigo de câncer de cada substância, mas sim a quantidade de evidências científicas disponíveis para cada uma delas. Antes de mais nada, vale lembrar que comer esses alimentos não significa necessariamente que você terá câncer. Mas sim que é preciso ter cuidado e moderação com relação ao consumo. Isso porque nem mesmo o grupo 1 tem uma imediata e definitiva correlação com o câncer. Com os esclarecimentos em mente, veja a lista:
1) Carnes processadas
Presunto, salsicha, carne seca, bacon e outras carnes processadas estão na lista desde 2017. As evidências apontam que o “consumo de carne processada provoca câncer colorretal”. A carne processada está no grupo 1 da Iarc, juntamente com o cigarro, amianto e fumaça de diesel. Mas, segundo a agência, isso não significa que ela seja tão perigosa quanto eles: “As classificações descrevem a força da evidência científica, não o nível de risco”, esclarece a agência. O risco de câncer aumenta de acordo com a quantidade de carne consumida. A agência diz que cada porção de 50 gramas de carne processada consumida diariamente aumenta em 18% o risco de câncer colorretal.
2) Bebidas alcoólicas
Na lista desde 2012, as bebidas alcoólicas também estão no grupo 1. Isto é, as entidades classificam o alimento como cancerígeno. Entre os tipos de tumores relacionados ao consumo de álcool estão os câncer de intestino, fígado, esôfago e mama.
3) Carne vermelha
A carne vermelha aparece na lista 2A da OMS, no grupo dos que “provavelmente causam câncer”. Isso inclui carne bovina, de porco, cordeiro, carneiro, cavalo e cabra. A carne acaba sendo relacionada ao desenvolvimento de câncer de cólon e de reto, mas também ao de pâncreas e próstata. Ao longo dos anos, a classificação foi criticada por grupos da indústria da carne, que afirmaram que o câncer não é causado por alimentos específicos, mas por vários fatores.
4) Bebidas quentes
Bebidas quentes como chás, chimarrão e cafés também aparecem entre os itens 2A da lista. A classificação inclui bebidas servidas a temperaturas superiores a 65ºC. Elas entraram na lista pela existência de estudos que associam seu consumo ao câncer de esôfago.
5) Frituras
As frituras estão no nível 2A. Elas estão associadas ao câncer de língua, mas faltam outros estudos que comprovem a ligação. Além disso, os ácidos graxos trans, encontrados em frituras, podem ter ligação com maior risco de desenvolver câncer de ovário, conforme um estudo da Iarc de 2020.