Nesta quinta-feira, dia 25 de maio, é comemorado o Dia Internacional da Tireoide, que tem o objetivo de conscientizar sobre as doenças que atingem essa glândula, que produz hormônios que são essenciais para o funcionamento do organismo em todas as etapas de nossas vidas. É importante saber que seu mau funcionamento pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, chamado de hipotireoidismo, ou em excesso, chamado de hipertireoidismo. Além disso, pode ocorrer o surgimento de nódulos, os quais devem ser avaliados e diagnosticados.
As projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que, em 2022, houve 13.780 novos casos de câncer de tireoide no Brasil, sendo 1.830 em homens e 11.590 em mulheres. Esses números demonstram com evidência que esse tipo de câncer é muito mais frequente em mulheres do que em homens. Nódulos na tireoide são bastante comuns e, por causa de sua localização, os médicos, e muitas vezes os pacientes, conseguem senti-los com uma simples palpação. Felizmente, entre 90% e 95% desses nódulos são benignos. Além disso, os cânceres de tireoide podem ser detectados precocemente e o sucesso do tratamento pode chegar a 97% dos casos.
O que é o câncer de tireoide?
A glândula tireoide fica localizada na parte frontal do pescoço, abaixo da cartilagem tireoide (pomo de Adão) e produz hormônios que ajudam a regular o metabolismo, a frequência cardíaca, a pressão arterial e a temperatura corporal. O câncer de tireoide se forma quando as células da tireoide começam a crescer e se multiplicar descontroladamente. Trata-se do câncer mais comum da região da cabeça e pescoço e afeta três vezes mais as mulheres do que os homens.
Os principais fatores de risco para câncer de tireoide são:
- Exposição à radiação – fator de risco comprovado para câncer de tireoide. Fontes de tal radiação incluem alguns tratamentos médicos e também a precipitação radioativa de acidentes em usinas de energia ou armas nucleares;
- Dieta pobre em dieta – os cânceres foliculares da tireoide são mais comuns em áreas do mundo onde as dietas das pessoas são pobres em iodo. A adição de iodo ao sal, comum em vários países, previne a doença.
Sintomas e sinais do câncer de tireoide
Muitas vezes, em tumores pequenos, os pacientes são assintomáticos. Quando se manifestam, os principais sintomas ou sinais do câncer de tireoide estão:
- Nódulo ou caroço (principalmente se tiverem crescimento rápido);
- Inchaço no pescoço;
- Dor na parte anterior do pescoço, às vezes, irradiando para os ouvidos;
- Rouquidão ou outras alterações na voz persistentes;
- Dificuldade para engolir;
- Problemas respiratórios;
- Tosse constante.
Há condições benignas que também provocam sintomas como estes, em particular a presença de nódulos. Qualquer destes sinais exige a procura de um médico para uma avaliação mais detalhada do quadro clínico.
Diagnóstico do câncer de tireoide
Exame físico e história clínica dos pacientes são os primeiros passos para a detecção do câncer de tireoide. Depois da suspeita, exames são utilizados para a confirmação da neoplasia, incluindo estadiamento e definição da melhor conduta para o tratamento. Os testes de imagem são importantes porque ajudam a encontrar áreas suspeitas que podem ser câncer e verificar se a neoplasia se espalhou, o que impacta na escolha do tratamento. Os principais são:
- Ultrassonografia
- Cintilografia com iodo
- Tomografia computadorizada (TC) do pescoço e tórax
- PET Scan
A punção/biópsia é fundamental para fechar o diagnóstico da doença. A maneira mais simples de descobrir se um nódulo é canceroso é por aspiração por agulha fina (PAAF). Este tipo de biópsia muitas vezes pode ser feito no consultório, com ou sem anestésico local. O sangramento no local da biópsia é muito raro, exceto em pessoas com distúrbios hemorrágicos.
Tratamento
O tratamento do câncer de tireoide em geral é cirúrgico, podendo ser feita a tireoidectomia total (retirada inteira da tireoide) ou parcial (apenas uma parte da tireoide), com a remoção ou não dos linfonodos (ínguas) do pescoço, a depender de cada caso. Nos carcinomas bem diferenciados o tratamento cirúrgico pode ser complementado com iodo radioativo a fim de reduzir o risco de o câncer reaparecer. O carcinoma medular e o carcinoma anaplásico não respondem ao iodo, e essa terapia não é utilizada nesses casos. Para os casos de doença metastática, outras opções terapêuticas para controle da doença incluem os inibidores de tirosina quinase (medicações via oral).
Prevenção
Diversas doenças hereditárias foram associadas a diferentes tipos de câncer de tireoide, assim como a história familiar. No entanto, a maior parte das pessoas que desenvolvem câncer de tireoide não tem uma doença hereditária ou histórico familiar da doença. A única prevenção possível passa por evitar os fatores de risco (como exposição à radiação e dietas pobres em iodo, mencionados anteriormente).Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de tireoide traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.