Nesta terça-feira, 1º de agosto, é celebrado o Dia Nacional do Vitiligo, com o intuito de aumentar a conscientização sobre a condição que atinge a pele. No Brasil, a doença impacta na vida de mais de 1 milhão de brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O vitiligo é considerado uma manifestação autoimune, não contagiosa e pode ser desencadeado por diversos fatores.
A condição não acarreta restrições físicas ou cognitivas. No entanto, os efeitos na autoestima daqueles que convivem com a condição podem ter repercussões negativas na saúde emocional. A doença se caracteriza pelo surgimento de manchas brancas na pele, resultado da perda gradativa da pigmentação devido à destruição dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina no organismo.
O vitiligo pode atingir homens e mulheres de todas as idades e etnias podem ter vitiligo, sendo que os primeiros sinais costumam aparecer, em média, aos 24 anos. Aproximadamente 20% dos pacientes com vitiligo têm pelo menos um parente de primeiro grau com a doença, por isso, “é considerada uma doença genética, crônica e de origem autoimune. Ou seja, o organismo não reconhece os melanócitos e os destrói. Os melanócitos são células que produzem melanina, que é a ‘tinta’ que dá cor à pele”, explica Caio de Castro, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professor da PUC-PR.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce é fundamental para garantir o tratamento adequado e a melhora da qualidade de vida dos pacientes com vitiligo. De acordo com a dermatologista Dra. Ana Carolina Sumam, identificar a condição nos estágios iniciais pode ajudar a controlar a progressão das manchas brancas e melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.
“Como dermatologista, enfatizo a importância de uma consulta médica imediata ao notar manchas brancas na pele. O diagnóstico precoce nos permite oferecer aos pacientes opções terapêuticas mais eficazes, além de fornecer apoio psicológico durante o processo, auxiliando-os a enfrentar os desafios emocionais que o vitiligo pode trazer”, explica Ana Carolina.
Tratamento
Embora não haja uma cura definitiva para o vitiligo, é importante ressaltar que existem tratamentos e cuidados altamente eficazes que podem auxiliar no controle da condição. “Cada paciente é único, e o tratamento é individualizado, levando em consideração o caso específico de cada um”, destaca a dermatologista. Dentre as terapias disponíveis para promover a repigmentação da pele afetada, a especialista destaca:
- Medicamentos específicos, como cremes à base de corticoides e outros anti-inflamatórios;
- Cirurgia e transplante de melanócitos (em casos mais avançados).
Estigma e aceitação
Ainda algumas pessoas sofrem preconceito por conta da doença. Por outro lado, há vários grupos de apoio para quem tem vitiligo com foco no resgate da autoestima. Um desses é o projeto Extraordinárias Cores, idealizado por Beth Filippelle, que incentiva mulheres com vitiligo a se amarem por meio da fotografia. “São mulheres que também tiveram sonhos interrompidos e pela fotografia elas conseguem se ver de uma maneira diferente, sem se preocupar com a manchas”, explica Beth ao Blog da Saúde.