Segundo Neme, a dificuldade em diagnosticar a doença se deve, em parte, ao descuido na avaliação dos sintomas por parte dos médicos. “Muitas vezes, o profissional não dá a devida atenção às reclamações da paciente e considera a dor menstrual e a dispareunia (dor durante o sexo) normais, quando, na verdade, são alguns dos principais sintomas da endometriose”, afirma a especialista.
Apesar de raro, há também casos em que a doença é assintomática e só é identificada quando a paciente encontra dificuldades ao tentar engravidar. “Exames superficiais e falta de especialistas são outros fatores que prejudicam o reconhecimento da endometriose”, acrescenta. “Além de tudo, essa falta de informação causa ainda mais ansiedade nas pacientes.”
De acordo com o livro recém-lançado, o diagnóstico adequado da doença pode ser feito em cinco etapas, começando pelo exame físico, que deve ser seguido por exames laboratoriais e de imagem. Após essas três avaliações, é feito o diagnóstico cirúrgico. Isso quer dizer que, através de uma laparoscopia, parte do tecido da endometriose será retirada como biópsia. Por fim, o médico poderá classificar o grau da doença de acordo com o sistema da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.