Psiquiatra explica como funciona a mente de um pedófilo; entenda

A pedofilia é uma desordem psiquiátrica que se manifesta por meio de uma atração sexual primária por crianças pré-púberes

O Brasil ocupa o 2º lugar no ranking global de exploração sexual de crianças | Reprodução/Internet
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A pedofilia, desordem psiquiátrica que se manifesta por meio de uma atração sexual primária por crianças pré-púberes, geralmente menores de 13 anos, é uma questão complexa que requer compreensão aprofundada das características e comportamentos. O psiquiatra e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Lucas Benevides, esclarece aspectos relacionados à mente dos pedófilos e às estratégias de tratamento adequadas.

De acordo com Benevides, pedófilos frequentemente enfrentam dificuldades em desenvolver relacionamentos afetivos com adultos e experimentam sentimentos de inadequação social, o que pode dificultar o estabelecimento de relações saudáveis e consensuais com parceiros adultos. "O ciclo de comportamento que alguns pedófilos seguem envolve atração, fantasia, sedução, abuso e, em alguns casos, remorso. Esse ciclo pode se repetir ao longo do tempo, com o pedófilo buscando novas vítimas", revela.

Diante das dúvidas envolvendo o distúrbio psiquiátrico, o docente do CEUB destaca que ser pedófilo não é sinônimo de cometer abuso sexual, uma vez que nem todos os indivíduos com atração por crianças são agressores. Muitos deles reconhecem a imoralidade de seus desejos e buscam tratamento profissional para evitar cometer abusos. "A sociedade deve compreender essa distinção e adotar uma abordagem focada na proteção das crianças, implementando estratégias de prevenção e repressão ao abuso sexual infantil", reforça.

Punição em casos de pedofilia

Em relação à punição de indivíduos com doenças mentais que cometeram crimes, o especialista ressalta a importância de levar em consideração aspectos como a capacidade de discernimento: avaliar se o indivíduo era capaz de compreender a natureza e as consequências de seus atos no momento do crime. Se a pessoa era incapaz de entender suas ações ou diferenciar o certo do errado devido a uma doença mental, isso pode afetar o julgamento e a punição.

Avaliação psiquiátrica também não pode ser descartada. Geralmente são necessárias avaliações psiquiátricas especializadas para determinar se uma pessoa tem uma doença mental e se isso influenciou seu comportamento criminoso. Essas avaliações podem ser realizadas por profissionais de saúde mental designados pelo sistema legal.

Cenário no Brasil

A pedofilia é uma realidade delicada que exige uma abordagem multidisciplinar e um compromisso firme de proteger as crianças. O Brasil ocupa o 2º lugar no ranking global de exploração sexual de crianças. Segundo levantamento da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, analisado pelo comitê científico do Núcleo Ciência pela Infância (NCPI), o país registra 673 casos de violência contra crianças de até 6 anos por dia, sendo que 84% dessas agressões têm pais, padrastos, madrastas ou avós como suspeitos.

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