São Paulo confirma novas mortes por Febre Maculosa: como é a contaminação?

Em junho deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou uma série de mortes pela doença

Para ficar infectado, especialistas afirmam que o parasita precisa ficar, ao menos, quatro horas no corpo da pessoa | Reprodução: Internet
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Nesta quinta-feira (3), no interior de paulista, na cidade de Campinas, foi registrado mais duas mortes por febre maculosa, doença transmitida pelo carrapato-estrela infectado por uma bactéria do gênero Rickettsia. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, um terceiro caso foi notificado, mas a pessoa infectada se curou. 

O município enfrentou um surto da doença após um evento em uma fazenda em junho. Com os novos registros, o número de mortes pela doença neste ano passa para cinco e sete casos foram confirmados. A paciente que evoluiu para cura foi uma mulher de 49 anos que apresentou sintomas em 31 de maio e, segundo a pasta, se infectou em outra cidade. Um homem de 46 anos teve os primeiros sintomas em 5 de junho e morreu no dia 9.

Atualmente, o local de infecção é investigado. A outra morte foi de um jovem de 18 anos, no dia 28 de julho, que teve como provável local de infecção a Fazenda do Exército – 28º Batalhão de Infantaria Mecanizada (BIMec). A prefeitura de Campinas informou que realiza ações preventivas e educativas para evitar novos casos da doença e que, apenas neste ano, foram realizadas mais de 100 atividades, entre visitas domiciliares, pesquisas acarológicas, vistorias e palestras.

Quais animais são hospedeiros e como ocorre a transmissão?

De acordo com especialistas, a praga não atinge apenas uma única espécie, ele pode ser encontrado em cavalos, bois, gambás, micos, aves, répteis e o homem, mas também em animais de estimação como gatos e cachorros.O parasita possui duas fases, de acordo com o professor de medicina veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF), Flávio Moutinho.

Sendo elas, a adulta, quando eles já têm um formato estrelado e são mais perceptíveis ao olhar humano, e a inicial e larval, conhecida em zonas rurais como “micuim”. “A fase inicial é a que mais preocupa. Isso porque eles têm um tamanho microscópico e são quase imperceptíveis. Ficam no solo ou na vegetação e esperam o hospedeiro passar. Este hospedeiro pode ser um humano ou animal, embora sejam preferencialmente cavalos e capivaras”, destaca.

Como são pequenos, não vemos e, se o carrapato está infectado com a bactéria e fica muito tempo na pele, pode passar para a gente”, aponta ele. No entanto, fica a dúvida, o que fazer se for picado por um carrapato-estrela? De acordo o veterinário José Renato de Rezende Costa, membro da Comissão Nacional de Saúde Pública do Conselho Federal de Medicina Veterinária, é preciso que os animais de estimação sejam sempre analisados, de modo que a presença de carrapatos – estrela ou não – seja identificada precocemente

Se for identificado a contaminação, é recomendado que eles sejam levados ao veterinário, que deve fazer a indicação do melhor produto a ser usado. Já em humanos, o carrapato deve ser removido com uma pinça. “Não aperte ou esmague ele, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de removido, a área deve ser lavada com álcool, água e sabão. Quanto mais rápido for retirado, menor o risco de desenvolver a doença”, explica. “É importante que pessoas que frequentam áreas rurais fiquem atentas. Procurem os médicos aos primeiros sinais e, para animais domésticos, levem em veterinários”.

Como prevenir a doença?

  • Use roupas claras para ajudar a identificar o carrapato;
  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;
  • Use repelentes que possuem proteção contra carrapatos;
  • Realize o controle com antiparasitário nos animais domésticos;
  • Retire os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo), preferencialmente com auxílio de uma pinça (de sobrancelhas ou pinça cirúrgica auxiliar);
  • Não esmague o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões;
  • Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.
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