O refluxo gastroesofágico (RGE) é uma condição comum que afeta cerca de 25 milhões de brasileiros, de acordo com o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). A enfermidade pode ter impacto significativo na qualidade de vida de pacientes, causando sintomas como azia, regurgitação ácida, dor no peito e tosse crônica. O esfíncter esofágico inferior, uma estrutura muscular localizada na junção gastroesofágica, normalmente impede que o conteúdo do estômago retorne para o esôfago.
Entretanto, quando esse sistema não funciona adequadamente, o ácido gástrico pode vazar para o esôfago, causando irritação e inflamação e caracterizando o refluxo. A condição pode acontecer em alguns momentos do dia em crianças e adultos, especialmente após as refeições, e em recém-nascidos de forma natural. O refluxo gástrico se torna uma doença quando causa sintomas recorrentes e danos ao esôfago. Nesses casos, gastroenterologistas devem ser procurados para avaliar a necessidade de tratamento.
O que causa?
O refluxo gástrico geralmente é causado pelo enfraquecimento ou relaxamento anormal do esfíncter esofágico inferior. Ele pode ser provocado por hérnia hiatal, que ocorre quando uma porção do estômago é empurrada para cima através da abertura do diafragma, além de outras condições médicas e hábitos de vida. Obesidade, gravidez e diabete podem aumentar o risco de refluxo gástrico. O consumo de alguns alimentos e bebidas também contribui para o quadro, como café, álcool, ingredientes picantes, gordurosos ou ácidos, além de tabagismo.
O estresse pode aumentar a produção de ácido no estômago e afetar o funcionamento do esfíncter esofágico inferior, causando os sintomas de refluxo. Por fim, alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides, relaxantes musculares e medicamentos para pressão arterial, podem contribuir para a doença.
Como aliviar o refluxo?
Os sintomas do refluxo gástrico podem ser reduzidos ao adotar uma dieta mais saudável, evitando alimentos que irritem o estômago e aumentem a produção de ácido gástrico, como comidas gordurosas, picantes, café e bebidas alcoólicas. É importante também não comer em excesso nem se deitar imediatamente após as refeições. A sensação de incômodo pode ser aliviada com o consumo de frutas como maçã e pêra sem casca, além de líquidos como água gelada, chá de funcho e gengibre, suco de batata crua, couve, maçã, mamão e linhaça.
O excesso de peso pode aumentar a pressão no estômago e causar refluxo, por isso manter o peso adequado contribui para reduzir a ocorrência do problema. O tabagismo deve ser evitado, já que fumar pode enfraquecer o músculo do esfíncter esofágico inferior, permitindo que o ácido gástrico escape para o esôfago.
Como tratar refluxo gástrico?
O tratamento do refluxo gástrico pode envolver uma combinação de mudanças no estilo de vida e remédios. A automedicação pode piorar a condição, então qualquer remédio deve ser consumido apenas sob orientação médica. Os fármacos indicados incluem antiácidos, que aliviam os sintomas imediatamente, inibidores da bomba de prótons, que reduzem a produção de ácido gástrico, e antagonistas dos receptores H2, que bloqueiam a ação do ácido no estômago. Além disso, podem ser receitadas substâncias que fortaleçam os músculos do esôfago. Em casos mais graves, quando pacientes não respondem aos medicamentos, pode ser necessária a realização de cirurgia para corrigir o refluxo gástrico, com a implantação de uma válvula antirrefluxo.