Muito tem se falado ultimamente sobre o ChatGPT, plataforma de inteligência artificial (IA), e as funções que ele é capaz de desempenhar para facilitar nossas vidas. A nova tecnologia é capaz de fazer textos simples e automatizar tarefas rotineiras. Mas seria confiável seguir um treino de musculação feito por ele, em substituição a um profissional de educação física?
Matheus Vianna, professor de educação física especialista em joelho, afirma que o ChatGPT demonstra ser inteligente a ponto de oferecer um treinamento básico, porém, não consegue fazer algo mais específico. No entanto, para ele, esta tecnologia deve ser vista e usada como aliada pelos profissionais.
“O olhar clínico e humano ainda é muito importante, porém as IA estão crescendo cada vez mais. Por conta disso, os profissionais da área da saúde devem usá-las ao seu favor para melhores avaliações, prescrições e não considerá-las como inimigas para perder ou não conquistar alunos. Quanto mais atualizado for o profissional, melhor ele irá utilizar as tecnologias ao seu favor, como smartphones, relógios inteligentes, entre outros”, afirma Matheus, em entrevista ao blog EuAtleta.
Usando como base pesquisas realizadas na plataforma, Matheus disse que percebe falhas perigosas no resultado dado pelo ChatGPT. Ele afirma que a ferramenta já indicou exercícios que geralmente causam desconforto em pacientes com dores. “O ChatGPT listou exercícios que costumam causar desconforto em quem sofre de dores no joelho. Ele acaba prescrevendo exercícios com base em fortalecer a coxa, por exemplo, que é um músculo que protege o joelho, a articulação, mas em termos de dor no joelho, a IA não nos direciona”, explicou.
Apesar de a ferramenta ter algumas limitações, Matheus Vianna diz que vê com bons olhos o uso do ChatGPT. “A inteligência artificial me ajudou na forma de economizar tempo para pensar sobre determinado treinamento. Ela me ajudou no desenvolvimento de um treinamento para o aluno. A parte clínica, mais humana da coisa, eu continuei com o processo, sozinho”.