O DataFolha mensurou a força política de Jair Bolsonaro. 15% do eleitorado, são considerados bolsonaristas raiz. O Instituto classificou assim os que defendem que ele fez um ótimo governo e acreditam em qualquer coisa que ele fale. Ou seja, 23 milhões de brasileiros que se sentiriam contemplados , por hipótese, com as explicações do ex-presidente sobre a resolução da quadratura do círculo.
Do alto dessa montanha de votos certos, Jair foi à posse de Javier Milei na Argentina e de lá mandou o recado sobre a candidatura de Michelle a presidência: “por enquanto não se discute. Ela tem uma popularidade muito grande no Brasil, mas ela não é muito ligada às questões político-partidárias”. A entrada dela nesse momento não ajuda o projeto de Bolsonaro. Ele quer manter o protagonismo da oposição e fortalecer a militância até encontrar uma brecha na Justiça que lhe reverta a inelegibilidade. Só se não conseguir ele vai pensar em outro nome.
Valdemar Costa Neto tem pensamento e ação diametralmente opostos. Entende que a inelegibilidade é irreversível e aposta na ex-primeira-dama.
Colocou Michelle na presidência do PL e a fez viajar por todo o país. E mais, comenta com orgulho a aliados uma recente pesquisa que corrobora sua tese. A sondagem do Instituto Pulse/Globo perguntou especificamente ao eleitor bolsonarista em quem votaria para presidente em 26, já que o líder não pode disputar. O resultado foi Michelle em primeiro e Tarcísio de Freitas em segundo.
Michelle Bolsonaro sinaliza sempre o desejo de participar do jogo eleitoral. Ela aproveita os eventos do partido para defender as ideias do bolsonarismo e empilhar críticas ao Presidente Lula a quem chamou “Pai da mentira”. Bate forte também no governo, “essa gestão só trabalha pra amigues e bandites“. A ideia é se projetar ainda mais nas pesquisas e se consolidar como opção viável.
Valdemar é astucioso e pilota a maior máquina partidária do país. Michelle é carismática e desprendida. Mas quem manda na política é quem tem os votos. Quer dizer, a palavra final será do Capitão.