O consultor político americano Roger Stone, guru da extrema-direita mundial, tem mantras de estratégia política: “Jogar sujo sem compromisso com os fatos“ , “Nunca admita nada, negue tudo, lance contra-ataque“ e “Seja ultrajante para ser notado”.
As falas e atitudes do Governador de Minas Gerais sugerem que ele segue bem esse receituário.
Enquanto Tarcísio de Freitas e Eduardo Leite, concorrentes pela vaga da direita em 26, tapam o nariz para temas como xenofobia, direitos das mulheres, cotas raciais, movimento antivacina e homofobia, Zema é desabrido. Ele verbaliza o pensamento do eleitor mais extremado e mais fiel ao bolsonarismo. A fala separatista sobre o Nordeste dependente e o Sudeste produtor é apenas a mais recente.
Sobre auxílio emergencial: “Nós sabemos, infelizmente, que muitas pessoas, ao receberem esse dinheiro, vão para o bar, para o boteco”.
Sobre reforma trabalhista: “não tem sentido haver estabilidade trabalhista para motorista e faxineiro.”
Sobre violência de gênero: “A questão da opressão contra a mulher extrapola classes sociais, a gente poderia chamar meio que instinto natural do ser humano”.
Ao vetar projeto que pune homofobia: “não podemos permitir que o setor produtivo venha ser penalizado caso não venha a ter um terceiro banheiro para alguém cujo sexo não está definido.”
A estratégia tem método e objetivo. Funcionaria melhor se carisma fosse produto à venda nos mercados.