Lula indicou um ministro ‘terrivelmente lulista’ para o Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, e um Procurador, Paulo Gonet, o mais alinhado possível as suas ideias para a Procuradoria Geral da República. A tática mimetiza os critérios do ex-presidente Bolsonaro.
Os nomes indicados anteriormente pelos presidentes do PT, Lula e Dilma, seguiam critérios de tecnicicidade no Supremo. Lula, por exemplo, não conhecia Joaquim Barbosa e só conversou com ele uma vez antes de escolhê-lo. Nas indicações para a PGR, o critério era o primeiro nome da lista tríplice escolhida pelas associações do MP, que vinha recheada com corporativismo.
Os Procuradores indicados pelo PT denunciaram três presidentes e ex- presidentes do PT, além de 18 ministros dos governos petistas. Em 2018, numa sessão polêmica o Supremo decidiu por 6 a 5 que apenados em segunda instância iriam para a prisão. A votação na prática mandou Lula pra cadeia, onde ele ficou 580 dias. Dos 6 votos contra Lula, 5 foram dados por Ministros indicados pelo PT. Já Bolsonaro usou como critério indicações ‘terrivelmente bolsonaristas‘.
O procurador Augusto Aras, apoiado por Bolsonaro duas vezes, era chamado de engavetador geral da República por ser uma espécie de Ministro da Defesa do Capitão. Terminou o mandato sem fazer uma única denúncia contra o Presidente.