Os poucos liberais genuínos do Brasil se uniram aos neoliberalóides e se penduraram em 2018 no projeto liberal-privatista do recém convertido a teoria do estado mínimo Jair Bolsonaro. Depois de quatro anos de muita farofa e pouca linguiça com o histrião Paulo Guedes comandando uma economia errática, o Capitão mostra agora que a conversão era um faz de conta e joga os liberais ao mar.
O mega-apagão em São Paulo causado pela mudança climática e incompetência administrativa-política deixou mais de um milhão de paulistanos sem luz horas a fio. A privatizada Enel, responsável pelo fornecimento de energia, caiu em desgraça junto com o prefeito Ricardo Nunes.O assesor de Bolsonaro para todos os assuntos, Fabio Wajngarten, detonou a empresa e o prefeito, em tese, aliado de Jair. Mais ainda, prometeu ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a proposta de privatização da Sabesp, a companha paulista de saneamento básico. Projeto prioritário para o governador Tarcísio de Freitas afilhado político do ex-presidente.
Na sequência, o próprio Bolsonaro atuou para inviabilizar a aprovação da Reforma Tributária no Senado. Uma reforma esperada há décadas e elaborada por economistas liberais e apoiada por banqueiros, industriais e empresários de todos os setores. O argumento pra Bolsonaro ficar contra? O projeto é de um governo comunista. Ele que é do Partido ‘Liberal’ ligou pessoalmente para Senadores aliados, mas não deu.
Nos dois casos, o ex-presidente fez cálculo político e abusou da lei do murici ( cada um trata de si) pensando na manutenção do status de única força alternativa ao petismo. Deixou claro que não apoiará Ricardo Nunes e terá um candidato de sua escolha personalíssima na maior cidade do país. De quebra botou Tarcísio no cantinho do castigo. Na questão da reforma, deu a voz de comando pra turma: “ o que vier do Lula, somos contra! “
E a febre liberal? Passou!