Após decisão cautelar do Tribunal Superior Eleitoral, o prefeito de Dom Expedito Lopes, Valmir Barbosa (Republicanos), tomou posse na última sexta-feira, 01 de março, em meio a comemoração efusiva de populares e vereadores aliados. A ação que lhe devolveu o mandato foi relatada pelo ministro piauiense Kassio Nunes Marques.
O imbróglio teve início após o líder do Executivo e a vice-prefeita serem cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) por suposta compra de votos na eleição de 2020. Na decisão, Nunes Marques apontou que as provas que embasaram a cassação infringem a legislação penal, pois consistiam em gravações realizadas sem autorização legal. Entre as evidências questionadas pelo TSE, está um áudio capturado por gravador e um vídeo obtido de uma câmera de segurança. Ambos foram feitos na residência de Welinton Soares dos Anjos, onde Valmir Barbosa de Araújo, então candidato a prefeito, teria oferecido R$ 2.000 e prometido serviços elétricos em troca dos votos do casal (Welinton e sua esposa).
Com o retorno do prefeito, apoiadores o carregaram nos braços e fizeram festa pela cidade, inclusive, com ataques à interina, Renata Bello, que pertence ao mesmo partido de Valmir, mas rompeu com ele após ser preterida no pleito suplementar, passando a apoiar o candidato petista Joaquim Barbosa. Ela chegou a ser referenciada como 'traíra'. Com isso, o município vive uma 'ebulição' política, que deve refletir na disputa regular de outubro.
Três chapas disputavam a eleição suspensa
Na eleição suspensa, três chapas estavam na disputa: Jonas Carvalho, administrador, e Everaldo Gonçalves, pelo Partido Republicanos, contavam com o apoio do prefeito cassado Valmir Araújo. Este apoio ocorreu apesar de Araújo não ter confirmado a candidatura de sua correligionária, a vereadora Renata Belo, que assumiu a prefeitura interinamente, evidenciando uma divisão interna que marcou o cenário eleitoral.
Outra chapa era formada pelo professor Joaquim Barbosa para prefeito e pelo vereador Lopes para vice, representando o Partido dos Trabalhadores (PT). Eles receberam o apoio do governador Rafael Fonteles (PT) e da prefeita interina Renata Belo, refletindo uma aliança após os desentendimentos no Republicanos.
Por último, a disputa incluía o ex-prefeito Agenor Lima e Kildary Gonçalves, pelo Partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Agenor, membro do grupo político "Boca Preta", contava com o endosso dos líderes do partido no Piauí.