Arolde de Oliveira defendia cloroquina e era contra o isolamento

Ele morreu aos 83 anos vítima da covid-19 no Rio de Janeiro

Arolde de Oliveira morreu vítima da covid-19 | Divulgação
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O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), que morreu na quarta-feira (21) por complicações da covid-19, já criticou o isolamento social. Ele tinha 83 anos e estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. 

O 1º suplente de Arolde de Oliveira é Carlos Portinho (PSD-RJ). Atualmente, ele é candidato a vereador, no Rio de Janeiro. Caso não assuma o cargo de Arolde, a vaga deve ficar com Renata Guerra (PSD-RJ). O Senado decretou luto oficial de 3 dias.

Aliado de Jair Bolsonaro, o parlamentar aplaudia sempre que o presidente se manifestava em pronunciamentos e redes sociais, mesmo que as falas fossem contrárias ao que defendiam autoridades médicas.

Em 19 de abril, por exemplo, ele escreveu: “Os números do vírus chinês no mundo e no Brasil demonstram a inutilidade do isolamento social. Autoridades, alarmistas por conveniência, destruíram o setor produtivo e criaram milhões de desempregos. O Presidente @jairbolsonaro, isolado pelo STF, estava certo desde o início.”

Em mais um  exemplo de alinhamento com Bolsonaro no discurso contrário ao isolamento social, o senador endossou a ideia de que o desenvolvimento da covid-19 no Brasil não seria como na Europa. O presidente acusou a mídia de alarmismo ao relatar casos de países europeus, como Itália e Espanha, que contabilizaram grande número de mortos por covid-19.

Não sejamos idiotas”, escreveu Arolde de Oliveira. “Na Itália o clima está frio, população idosa, elevado número de fumantes. Não é nosso caso. O Brasil não pode parar.

Em 11 agosto, dia em que o Brasil tinha 103.026 mortes por covid-19 e 3.109.630 de infectados pelo novo coronavírus, Arolde questionou o que chamou de “efeito covidão“. 

Assim como Bolsonaro, o senador também defendeu o uso da cloroquina, medicamento que não tem qualquer comprovação científica de eficácia contra a covid-19. 

Em 16 de março, pouco antes de ser decretado o estado de calamidade pública no Brasil (em 20 de março), o senador escreveu que “o medo e a ignorância são as maiores vulnerabilidades usadas para manipulação das pessoas”

Dias depois, em 22 de março e já com o estado de calamidade pública em vigor, escreveu: “Conclamo os patriotas, comprometidos coma nação, a continuarem apoiando sem restrições o Presidente @jairbolsonaro que é sensato em evitar o pânico. O caos só interessa aos inimigos do Brasil (esquerdopatas e aliados que devastaram o País) corja de irresponsáveis.” 

Assim como Bolsonaro e o presidente norte-americano Donald Trump, o senador se referia ao novo coronavírus como “vírus chinês”

Em junho, classificou a doença como “peste chinesa”. A postagem foi feita para defender o governo Bolsonaro das críticas recebidas pela mudança na forma de publicar os dados relativos à doença. O novo site do Ministério da Saúde passou a omitir informações consolidadas sobre casos e mortes pela covid-19. O STF (Supremo Tribunal Federal) ordenou que o governo retomasse a divulgação dos dados integrais.

Arolde chamou os críticos de “hienas” e disse que o “objetivo da revisão é dar mais autenticidade e transparência às informações”.

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