Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (25), a Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello soube sobre o desabastecimento de oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro deste ano.
A declaração contradiz versão dada por Pazuello à CPI na semana passada, quando ele sustentou que apenas teve conhecimento da situação na noite do dia 10 de janeiro.
“Eu estive em Manaus até o dia 5 [de janeiro]. O ministro teve conhecimento do desabastecimento de oxigênio em Manaus creio que no dia 8, e ele me perguntou: 'Mayra, por que você não relatou nenhum problema de escassez de oxigênio?’ ”, afirmou a secretária.
Mayra disse que, enquanto esteve em Manaus, de 3 a 5 de janeiro, não foi informada pelo governo local sobre a iminência da falta de oxigênio hospitalar.
“Eu confirmei a informação com o secretário estadual de Saúde, perguntando: ‘Secretário, por que, durante o período da minha prospecção, não me foi informado?’”, relatou à CPI.
'Nenhuma responsabilidade'
Mayra Pinheiro, disse em seu depoimento na CPI da Covid nesta terça-feira (25) que o Ministério da Saúde teve "nenhuma" responsabilidade pelo colapso na saúde enfrentado pelo município de Manaus no início do ano e que a culpa dos casos seria do vírus.
"Não, nenhuma responsabilidade. A responsabilidade... da doença é o vírus, senador, não é o Ministério da Saúde", disse Pinheiro.
Ao ser questionada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre problemas de gestão no estado do Amazonas, a secretária disse que existiam "vários", entre eles, a falta de "controle" e de "gerenciamento de crise".
"A gente não tinha um controle, um gerenciamento de crise, a gente tinha resolução de situações como políticas de apagar incêndio, não havia planejamento estratégico para o enfrentamento da doença; nas unidades básicas de saúde nós não tínhamos triagem, os pacientes que chegavam com Covid eram misturados com pacientes sem Covid, se contaminando mais", afirmou.