Covid-19: veja o que acontece com o corpo em cada dia da infecção - Dia 0: a infecção

Sintomas de covid costumam aparecer depois de cerca de três dias do contato com alguém infectado - Dia 0: a infecção

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Dia 0: a infecção

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Tudo começa quando temos contato próximo com alguém que já está infectado com o coronavírus. Quando essa pessoa fala, canta, tosse ou espirra, ela libera pequenas gotículas ou aerossóis de saliva que carregam partículas do Sars-CoV-2.

A quantidade de vírus varia consideravelmente de indivíduo para indivíduo. "Alguns têm uma carga baixa, de 10 mil cópias virais a cada mililitro de saliva", calcula o virologista José Eduardo Levi, coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Dasa.

"A carga média vai de 10 mil até 1 milhão de partículas, mas vemos alguns que carregam até 1 bilhão de cópias virais por ml", compara o especialista, que também é pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo.

Essas gotículas minúsculas infectadas podem ser lançadas diretamente no nosso rosto — ou ficam em suspensão, "vagando" pelo ambiente durante minutos ou até horas (numa dinâmica muito parecida com a fumaça do cigarro), a depender da circulação de ar do ambiente de cada local. Nesse segundo caso, nós mesmos aspiramos esses aerossóis durante a respiração.

E é aí que começa de verdade o processo de infecção. O Sars-CoV-2 utiliza a espícula (também conhecida como spike ou proteína S), que está localizada na superfície de sua estrutura, para se conectar aos receptores das células da mucosa do nariz, da boca e até dos olhos.

A partir daí, ele vai iniciar a rotina comum a qualquer vírus: invadir a célula e usar todo o maquinário biológico para criar, de forma incessante, novas cópias de si mesmo. "Nessa replicação, ele produz de 100 a mil novos vírus numa única célula", estima Levi.

"Trata-se de um número tão grande que a célula não aguenta, estoura e morre. Esses vírus são, então, liberados e vão repetir esse processo nas células vizinhas." Essa replicação massiva, aliás, tem a ver com o surgimento das variantes do coronavírus. Nem todas as cópias saem iguais e algumas apresentam mutações genéticas importantes.

Se essa alteração no genoma representar alguma vantagem para o vírus, isso abre alas para o surgimento e o espalhamento das novas linhagens de preocupação — como as já conhecidas alfa, beta, gama, delta e ômicron.

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