As autoridades de Xangai defenderam nesta segunda-feira a polêmica medida de separar as crianças com Covid-19 de seus pais, uma iniciativa que pretende frear os contágios na metrópole de 26 milhões de habitantes, que desde o fim de março iniciou um sistema de confirnamento em duas etapas, em uma adaptação de sua política de "Covid zero".
A capital econômica da China é atualmente o epicentro do pior foco de coronavírus no país desde o início de 2020 devido à variante Ômicron.
Na China, qualquer pessoa que testa positivo para Covid-19, mesmo que esteja assintomática ou apresente uma infecção leve, precisa ficar isolada dos não infectados. As autoridades de Xangai confirmaram nesta segunda-feira que a medida também se aplica aos menores de idade, inclusive os bebês.
"Se a criança tem menos de sete anos, essa criança receberá tratamento em um centro público de saúde", disse a diretora do serviço de saúde municipal, Wu Qianyu. "Para as crianças de mais idade ou adolescentes (...) estamos isolando principalmente em locais (de quarentena) centralizados".
"Se um dos pais está infectado, poderá acompanhar a criança e cuidar dela em um local especial, onde ambos receberão tratamento".
Nas redes sociais, várias famílias expressaram indignação com a medida.
"Os pais agora precisam 'cumprir condições' (estar infectado) para acompanhar os filhos? É um absurdo! É um direito fundamental", escreveu um morador da cidade na rede social Weibo.
O descontentamento cresce em Xangai diante da incapacidade das autoridades de frear o número crescente de contágios.
O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira que a cidade registrou mais de 9 mil novos casos em 24 horas, 95% deles assintomáticos.
Xangai permanece fechada enquanto analisa os resultados de um exercício para testar todos os seus habitantes para a Covid-19, disseram autoridades nesta segunda-feira. A cidade iniciou o bloqueio em duas etapas em 28 de março, inicialmente nos distritos orientais de Xangai, e depois se expandiu para abranger toda a cidade.