O Ministério Público do Piauí, através das 12ª e 29ª promotorias de Justiça de Teresina, que são especializadas na defesa da saúde pública, cobra a ampliação da rede de leitos de UTI para Covid-19 no estado. Com isso, uma Ação Civil Pública foi ingressada pela instalação de leitos para diminuir a sobrecarga no atual quadro de ocupação. A decisão aponta ainda que eles devem permanecer ativos enquanto perdurar o estado de calamidade pública em decorrência da pandemia.
O Ministério Público aponta que de agosto de 2020 para hoje, o número de UTIs no Piauí foi reduzido de 335 para 252 leitos, uma queda de, aproximadamente, 25%. A ação requer a retomada de 335 leitos públicos de UTI covid disponíveis, visto o iminente esgotamento da rede de saúde.
A medida foi tomada ao se analisar que a diminuição da oferta de leitos intensivos tem reflexo direto na atual ocupação crítica que o estado do Piauí apresenta. Os maiores hospitais públicos do estado, todos sediados em Teresina, apresentam atualmente taxas de ocupação elevadíssimas para leitos de UTI Covid, variando entre 85% e 100%.
Anteriormente, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) havia explicado o sobre o fluxo de gestão de leitos em relação à Covid-19. De acordo com a secretaria, nos últimos meses de 2020, com a redução dos casos de Covid-19 (média de 360 por dia) e consequente queda nas internações e óbitos (média de seis por dia), o Comitê de Operações Emergenciais (COE-PI) aprovou a redução da quantidade de leitos e remanejou o restante para tratamento para outras patologias, com o retorno das cirurgias eletivas. A Sesapi destacou ainda que vem trabalhando para ampliação da capacidade da rede estadual, especialmente os leitos de cuidado intensivo.
Já na capital, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou nesta quinta-feira (04), que está convocando 60 profissionais de saúde para reforçar o quadro no enfrentamento à Covid-19, além dos esforços para mais leitos.