11 meses após a morte da filha Alicia, de 7 anos, em decorrência de uma síndrome rara causada pelo novo coronavírus , o pai dela, o médico Rodolfo Aparecido da Silva, lamenta a demora na liberação de vacinas para crianças no Brasil.
"Sábado [18 de dezembro] fez 11 meses que perdemos a Alicia. As pessoas têm uma ideia errônea de que criança não pega Covid. Como médico, eu digo que já passou da hora de liberar a vacinação para crianças. Teria evitado muitas mortes, inclusive a da minha filha", diz Silva.
A autorização da vacinação no país em crianças de 5 a 11 anos aconteceu na quinta-feira (16) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apenas o imunizante da Pfizer foi liberado para o público desta faixa etária, mas ainda não há previsão do governo federal de quando a imunização vai começar.
Na segunda-feira (20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reafirmou que o governo não tem pressa para decidir sobre a vacinação de crianças. Dois dias antes, ele disse a posição oficial sobre a campanha só deve ocorrer no dia 5 de janeiro após uma audiência pública que servirá de base para a decisão final da pasta.
Na opinião do pai de Alicia, a liberação deve ocorrer o quanto antes para evitar que outras famílias enfrentem a mesma dor que ele sente.
"É muito importante que essa liberação ocorra logo. Só esse ano, o Brasil registrou mais de mil óbitos de crianças por conta da Covid e fico pensando se boa parte não poderia ter sido evitada. Eu tenho certeza que sim. Sigo defendendo a vacina como pai, mas principalmente, como médico e acredito que só com informação as pessoas vão entender a real necessidade [da aprovação de vacina para crianças]", afirma Rodolfo.