'Guerra'
O problema não é apenas a infecção, mas a maneira como nosso corpo responde para combatê-la, explica Kalpana Sabapathy, médico clínico e epidemiologista da equipe de saúde global da Escola de Higiene e Medicina Tropical em Londres, Reino Unido, à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC.
"Para evitar que a infecção sequestre nossas células, nosso corpo produz substâncias químicas bastante agressivas".
No caso da pneumonia, "(o vírus) cria congestão nos pequenos sacos de ar na base dos nossos pulmões (alvéolos)".
Essas pequenas estruturas são aquelas que normalmente se enchem de ar e, através de suas paredes, ocorre a troca pela qual o oxigênio chega ao sangue e daí para o resto do corpo.
"Mas se essas bolsas estão cheias de infecção, combinadas com a resposta do nosso corpo a essa infecção, elas têm menos capacidade de ar", diz Sabapathy.
"E se o corpo não recebe oxigênio suficiente, isso leva à insuficiência respiratória e o coração, sem oxigênio suficiente pela corrente sanguínea, não pode funcionar".
Schaffner compara a resposta inflamatória com um conflito bélico.
"Imagine que é uma guerra. Existem dois exércitos que lutam entre si, mas às vezes as bombas machucam civis. Ou podem cair no hospital ou no museu, mas não no inimigo", diz ele.
Em outras palavras, a resposta pode ser tão poderosa que acaba danificando o tecido onde o vírus é encontrado.
"Chamamos isso de dano colateral. É o que pode acontecer quando a resposta inflamatória é tão forte que aumenta o problema da pneumonia", acrescenta.
Isso significa que a infecção não precisa passar para outra parte do corpo para que uma pessoa infectada fique em estágio crítico.
Mas o coronavírus também pode se espalhar para outra parte do corpo?