Quando se faz uma entrevista forense para investigar algo, relata Costa, as mudanças na linguagem do entrevistado aparecem com frequência. Elas indicam que alguém pode não estar revelando o que sabe.
“Investigando uma fraude, perguntei a um coordenador sobre o seu superior e ele respondeu de forma elogiosa, demonstrando intimidade entre ambos, chegando a chamá-lo no diminutivo, nítido sinal de proximidade”, conta o especialista.
“Quando perguntei sobre a fraude, o coordenador se referiu ao seu superior como ‘este senhor’ mudando completamente a relação entre ambos através de sua linguagem.”
Quem não está envolvido em um desvio de conduta raramente se afasta de sua narrativa ou altera a relação com pessoas próximas que estão sendo investigadas – ao contrário de quem tenta esconder algo, lutando com todas as suas forças para se distanciar daquilo ou daquele que o compromete.