A Polícia Civil confirmou, nesta quarta-feira (10), que nenhuma câmera de monitoramento registrou a queda do avião que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas. A informação foi divulgada pelo delegado regional Ivan Sales, responsável pelas investigações da Polícia Civil.
“No domingo, a Polícia Civil, com um investigador, um técnico em monitoramento de câmeras e um perito diligenciaram em residências próximas ao local do acidente, visando avaliar se algumas dessas câmeras captaram imagens da queda do avião, o que não ocorreu”, afirmou.
A visita às residências próximas já havia sido divulgada por moradores da região. Um casal, que foi flagrado testemunhando o acidente, contou que recebeu a visita de investigadores no último domingo. Porém, a câmera da residência registrou apenas a reação deles diante da queda do avião.
O delegado Ivan Sales também revelou os próximos passos das investigações: “Nos próximos dias a PC ouvirá testemunhas e aguardará que os laudos periciais fiquem prontos para a gente passar a destacar hipóteses e chegar à conclusão da investigação”.
Segundo ele, a investigação da Polícia Civil tem como objetivo apurar possíveis responsabilidades criminais, enquanto a investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos tem a intenção de evitar que outros acidentes ocorram de forma semelhante.
“Embora as investigações sejam independentes e com objetivos distintos, esses órgãos trocarão certamente informações entre si, notadamente no que tange aos laudos periciais. Existem laudos que a PC é técnica para fazer, existem laudos periciais que o Cenipa tem especialização pra fazer. No que a PC e o Cenipa demandarem, haverá compartilhamento dos laudos”, explicou.
Anteriormente, o delegado já havia destacado que a investigação não possui prazo para ser encerrada, mas que os órgãos buscam a conclusão no menor tempo possível.
“É importante ressaltar que a Polícia Civil quer dar uma resposta célere, mas uma resposta célere não significa uma resposta rápida. Uma reposta célere é a resposta mais técnica, no menor tempo possível", afirmou.
Remoção da aeronave
Após perícias iniciais no local da queda, o Cenipa autorizou que a empresa dona do avião recolhesse os destroços, que vão continuar a serem analisados para determinar como o acidente ocorreu.
Nesta quarta-feira (10), os dois motores do avião deixaram Caratinga com destino ao ao Centro de Serviços Aeronáuticos, em Goiânia. A fuselagem e demais destroços chegaram no Rio de Janeiro na noite desta terça-feira.
Marília Mendonça viajava para Caratinga, onde faria um show na noite desta sexta-feira (5). Antes de embarcar, ela fez uma postagem nas redes sociais relatando que estava a caminho da cidade.
O avião bimotor de pequeno porte que transportava a cantora e mais quatro pessoas caiu em uma cachoeira na tarde de sexta (5). Todas os cinco ocupantes morreram no acidente, que está sendo investigado pela Cenipa.
O corpo de Marília e do tio e assessor dela foram encaminhados para Goiânia na manhã de sábado. O velório dos dois foi aberto ao público, cerca de 100 mil pessoas passaram na despedida da artista. Já o enterro da cantora foi restrito para a família.