Quando chegou a Caratinga, MG, na última sexta-feira (5), o maquiador Eduardo Guimarães ouviu a pergunta: "Cadê a Marília?" O profissional decidiu viajar de São Paulo direto para o local do show. Por isso, não foi no avião junto à cantora, como aconteceria normalmente.
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Em entrevista, ele explica os motivos de não ter viajado no avião, reflete sobre a amizade que construiu com Marília Mendonça e como tem feito para digerir o luto.
"Não sei por que, mas eu falei que queria ir de São Paulo para BH e, de lá, pegar um carro e ir. A equipe havia ido de ônibus, e fiz esse caminho sozinho, optei por encontrar todo mundo lá. Pensei: 'Não vou daqui até Goiânia para, chegando lá, ainda pegar outro avião ou de repente ir com a banda'. A distância era grande. Então, optei fazer esse caminho mais cômodo.".
Guimarães começou a trabalhar com Marília Mendonça em 2016, para as filmagens do DVD "Realidade", em Manaus, e desde então não deixou de fazer parte de sua história. Ele, que já era conhecido no meio da música sertaneja, viu na eterna rainha da sofrência uma pessoa que o reconheceu não apenas como profissional, mas como humano.
Emocionado, ele relembra:
''O Henrique [Ribeiro, produtor] tem uma visão melhor do que eu, e acho que já previa o crescimento dela. Então, fui convidado para continuar trabalhando. Começamos lá em 2016 e terminamos ontem a nossa trajetória''.
''Quando eu cheguei à cidade, alguns meninos me viram. Foi um pouco depois do almoço, alguns estavam descansando e outros já estavam no palco. Quando alguém me viu, já me perguntou dela, e falei que havia viajado direto de São Paulo e chegaríamos separados. Uma ou duas horas depois disso acontece e ficamos sabendo do acidente''.
No clima das despedidas e homenagens, o profissional resolveu fazer uma tatuagem para a amiga e marcou o nome da cantora no braço. A arte, segundo ele, é para que todos consigam enxergar uma parte do amor que ele sente por Marília Mendonça.
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"De certa forma, acho que eu colaborei um pouco também com ela, sendo um amigo presente. Tantas pessoas ontem me viam e falavam: 'Nossa, Edu, ela te amava muito'. Isso não foi uma ou duas pessoas, foram várias. É muito bacana ouvir isso, que esse amor que a gente sentia um pelo outro transparecia (...) Tem uma frase que diz que a gente valoriza quando perde. Comigo e com ela foi o contrário. A gente sempre falou que se amava muito, e eu tive a oportunidade de falar que ela era um presente de Deus para mim.".