A Polícia Civil de Minas Gerais disse, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (25) que a cantora Marília Mendonça morreu vítima de politraumatismo , provocado pelo acidente de avião ocorrido em Caratinga, na Região do Vale do Rio Doce, no último dia 5.
— É possível afirmar que a morte ocorreu a partir do impacto da aeronave no solo, que levou ao politraumatismo grave de todas as vítimas — afirmou o médico legista Thales Bittencourt em entrevista coletiva nesta quinta-feira, baseando-se no laudo realizado pela perícia técnica.
- Maquiagens, joias, iPhone, bolsas: itens de Marília recolhidos no avião
- Vídeo mostra casal testemunhando queda do avião com Marília Mendonça
- PM atirou para evitar furto de pertences de Marília Mendonça de avião
Além da artista, também morreram o piloto, Geraldo Medeiros; o copiloto, Tarciso Viana; o produtor Henrique Ribeiro; e o tio e assessor de Marília, Abicieli Silveira Dias Filho. Todos foram vítimas de politraumatismo, de acordo com o médico-legista Thales Bittencourt de Barcelos.
Segundo ele, todos os ocupantes morreram em consequência do choque da aeronave com o solo. Ou seja, as mortes aconteceram apenas depois que todos já estavam no chão.
A polícia agora trabalha com duas linhas de investigação para explicar a queda do avião:
-a hipótese de que as linhas de transmissão de uma torre da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) teriam provocado o acidente
a possibilidade de pane nos motores, o que depende de investigação do Cenipa, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutico
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) abriu investigação sobre a instalação de torres de transmissão da Cemig em Caratinga, segundo o delegado Ivan Lopes Sales.
MPF
O Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais acompanha as investigações sobre a queda do avião. O órgão instaurou procedimento um dia após o acidente. Quem avalia as causas da queda é o Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa)
O MPF enviou ofício ao 3º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) requisitando o encaminhamento do relatório final do acidente, quando então será analisada a necessidade de adoção das medidas cabíveis.
Também foi pedido que, caso constatado algum elemento que confirme riscos à segurança do tráfego aéreo, que o fato seja comunicado imediatamente ao MPF antes mesmo da conclusão das investigações.
A aeronave
O avião que caiu era um Beechcraft King Air C90a, um bimotor bastante utilizado na aviação executiva no mundo inteiro, da companhia de táxi aéreo PEC.
A aeronave fabricada em 1984 tinha capacidade para 6 passageiros e estava em situação normal de aeronavegabilidade, ou seja, estava dentro dos parâmetros para fazer esse tipo de transporte, e autorizado para a aviação executiva.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que o avião não tem caixa-preta.