
Após um ano e meio de negociações, os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para o período de 2025 a 2029 foram definidos, marcando uma novidade: a comercialização foi conduzida por dois blocos de clubes, a Libra e a Liga Forte União (LFU). No balanço final, ambos alcançaram resultados financeiros semelhantes.
acordo exclusivo com a Globo
A Libra optou por uma estratégia direta e assinou um contrato exclusivo com a Globo em março de 2024. O acordo garantiu R$ 1,3 bilhão fixos, mais 40% da receita líquida do Premiere. Com a saída do Corinthians para a LFU, o valor foi ajustado para R$ 1,17 bilhão. O grupo é composto por 14 clubes, incluindo Flamengo, Palmeiras, São Paulo e Grêmio.
LFU diversifica transmissões
A LFU adotou uma abordagem mais fragmentada, vendendo direitos para diversas plataformas. A Globo pagou R$850 milhões fixos para transmitir cinco jogos por rodada, enquanto Amazon, Record e YouTube também adquiriram direitos por valores significativos. O grupo, com 33 clubes como Corinthians, Botafogo e Fluminense, também assegurou patrocínios da Betano, que somam R$127 milhões anuais.
Distribuição de receitas
Apesar das diferenças nas estratégias, a média de repasse é semelhante: R$151 milhões por clube na Libra e R$130 milhões na LFU. A Libra usa a fórmula para fazer sua variação de distrinuição, 40-30-30 (igualitário, desempenho e audiência), segundo a qual 40% do dinheiro é dividido de maneira igualitária entre quem está na primeira divisão, 30% conforme a posição na tabela e 30% de acordo com a audiência, enquanto a LFU adota o 45-30-25.
Impacto na Série B
Na Série B, a Libra destina 3% de suas receitas, o que resulta em cerca de R$41 milhões anuais. Com menos clubes na divisão, como Paysandu e Remo, o valor por clube será maior. A LFU, por outro lado, espera cobrir os custos da Série B com patrocínios e direitos de transmissão, reduzindo a necessidade de repasses da Série A.
O modelo inédito de negociação dos direitos de transmissão demonstra que diferentes estratégias podem levar a resultados semelhantes em termos financeiros, beneficiando tanto a Libra quanto a LFU, e garantindo uma distribuição equilibrada das receitas entre os clubes brasileiros.