O relatório de uma audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores de Teresina mostra que 11 meses antes do incêndio no hospital Dirceu II, na zona Sudeste de Teresina, foi informada a necessidade de reparo estrutural e investigação perante uma notificação de superaquecimento na rede elétrica da unidade hospitalar.
Na manhã desta segunda-feira (20), o diretor da casa de saúde, Tiago de Sousa Macedo, esteve com um grupo de vereadores no hospital, que está fechado para perícia do Corpo de Bombeiros. Na reunião, o presidente da Câmara Municipal de Teresina, vereador Enzo Samuel (PDT), disse que o incêndio foi uma tragédia anunciada.
“Uma situação triste e lamentável que nós observamos aqui, uma tragédia anunciada. Nós fizemos uma audiência pública na Câmara Municipal de Teresina exatamente para debater algumas condições de estrutura aqui do Hospital, principalmente no que diz respeito à rede elétrica. Esperamos que a Prefeitura possa resolver esse problema o quanto antes e eu me comprometo a focar minhas emendas da saúde para reforma do Dirceu II”, falou.
Segundo Enzo Samuel, a expectativa é que a unidade hospitalar volte a receber pacientes em até três meses. O vereador Leonardo Eulálio (PL), que presidiu a audiência pública sobre o hospital em março do ano passado, pretende reunir a Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina, Ministério Público, dirigentes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (CREA-PI) e a construtora responsável pela mais recente reforma do prédio para ajudar na averiguação do incêndio.
“A gente está discutindo o que alertamos há muitos meses: questão hidráulica, de vazamento, e problemas na rede elétrica. Na audiência, até os antigos construtores que fizeram essa reforma falaram dos problemas que estavam surgindo no hospital. A direção do Dirceu II fez sua parte em repassar os problemas para nós e os vereadores fizeram a parte deles em chamar FMS e Crea-PI”, contou.
A região em que o hospital está situado tem uma população estimada de quase 200 mil habitantes. Há cerca de três anos, a unidade passou por uma reforma e estava prestes a inaugurar salas de tomografia e cirurgia. Durante o incêndio, o fogo atingiu uma sala com quatro beliches, um frigobar e um ar condicionado. Ninguém ficou ferido.
Conforme o diretor do hospital, Tiago de Sousa, os atendimentos de urgência e emergência serão encaminhados à UPA do Renascença, na zona Sudeste, e para os hospitais do Satélite e Monte Castelo, zonas Leste e Sul. Trinta pacientes que estavam internados na unidade foram transferidos para outros hospitais públicos de Teresina.
O diretor do Hospital Dirceu II, Tiago de Sousa Macedo, frisou que o hospital já enfrentava problemas na estrutura e que suspeita de uma pane na rede elétrica. “Só a perícia vai dizer o que realmente aconteceu, mas a gente tem várias suspeitas, principalmente com relação aos problemas com a rede elétrica. Por enquanto, o Hospital está 100% fechado e com o atendimento inviabilizado. Toda a rede elétrica foi comprometida”, comentou.