'Atiraram para matar', diz irmã de Cid Gomes após ato de PMs em Sobral

Pilotando uma retroescavadeira, Cid Gomes foi baleado quando tentava furar um bloqueio feito por policiais.

| Reprodução
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A médica Lia Gomes, irmã do senador licenciado Cid Gomes afirmou que os tiros disparados contra o parlamentar na tarde desta quarta-feira (19), em Sobral foram para matá-lo. "Muita revolta porque eles atiraram para matar, foi um tiro direcionado no coração que atingiu uma costela e foi essa costela que desviou a bala. Se ela tivesse entrado entre uma costela e outra, a gente não estaria aqui agora contando essa história", disse. As informações são do G1.

Pilotando uma retroescavadeira, Cid Gomes foi baleado quando tentava furar um bloqueio feito por policiais que reivindicavam aumento salarial, no 3º Batalhão da Polícia Militar do município. O veículo em que ele estava ainda teve os vidros quebrados pelos tiros e pelas pedras que foram jogadas. Segundo a assessoria do político, um projétil bateu na clavícula e saiu, enquanto o outro se alojou no pulmão esquerdo. Ele passou a noite na UTI do Hospital do Coração, em Sobral.

Lia Gomes disse que o irmão chegou ao local consciente e acredita que ele vá para Fortaleza já nesta quinta-feira (20). "Ele chegou assim, bem consciente, está sedado no momento para remédios de dor e está com uma sonda para drenar o ar que entrou no pulmão quando a bala transfixou, mas as perspectivas são boas, está tomando antibiótico para não ter infecção e, se depender da vontade dele, amanhã a gente leva para Fortaleza.

Motivação para intervir

Pelo menos dois motivos fizeram o senador intervir no ato dos policiais militares da cidade, segundo Lia Gomes. O primeiro deles é o fato de ele ter se sentido desafiado ao ver os PMs obrigando comerciantes a fechar as portas do comércio. O segundo, foi a sensação de ter vivido de novo o ano de 2012, quando ele, na condição de governador, enfrentou situação parecida com a de agora.

"Eu acho que ele reviveu tudo aquilo que aconteceu com ele em 2012, quando eles [os policiais militares] fizeram esse mesmo tipo de motim. Esses mesmos policiais marginais que estão armados dentro dos quartéis e eu acho que foi muito por aí, essa coisa de reviver tudo o que ele passou em 2012 naquela greve quando ele era governador", afirmou.

Ela promete acompanhar de perto as investigações sobre o caso. "Até agora a gente só se preocupou com ele. A partir de amanhã que a gente vai ver essa parte ai, mas acho que já têm pessoas cuidando disso", finalizou.

O ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) autorizou nesta quarta-feira o envio da Força Nacional para o Ceará por 30 dias, contados a partir desta quinta (20). Antes, o ministério já havia comunicado que enviou equipes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal "para garantir a segurança do senador Cid Gomes".

HOSPITAL DIVULGA BOLETIM MÉDICO

O Hospital do Coração informou que o estado de saúde de Cid é estável e que não há risco de morte. O senador licenciado está em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem previsão de alta. Um boletim médico divulgado nesta quarta afirma que ele está "lúcido e respirando sem auxílio de aparelhos" e tem "boa evolução clínica". 

Segundo a assessoria da instituição, as duas balas atingiram a clavícula: uma bala saiu e a outra bateu na clavícula e ficou alojada no pulmão (e foi removida do órgão pela equipe da Santa Casa de Sobral). Cid já foi submetido a uma tomografia na Santa Casa de Sobral, que não constatou danos graves em nenhum órgão vital.

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