De acordo com informações divulgadas pelo portal UOL, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria causado um enorme prejuízo à Caixa Econômica Federal em uma tentativa de reeleição. No início de 2022, Bolsonaro viu seu plano de conquistar os votos das pessoas de baixa renda fracassar e, como resultado, decidiu aumentar suas ações com o apoio do banco estatal.
Por meio de medidas provisórias assinadas por Bolsonaro e pelo então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, foram estabelecidas duas linhas de crédito no banco. Até as eleições, a Caixa concedeu empréstimos no valor de R$ 10,6 bilhões para 6,8 milhões de pessoas. No entanto, a estratégia de "torneira aberta" não garantiu a reeleição de Bolsonaro e, agora, os resultados dessa política estão sendo revelados na forma de um calote bilionário nas contas do banco.
Segundo informações obtidas pelo UOL, que teve acesso a dados confidenciais da Caixa, o banco teria sido utilizado para amplificar a campanha do líder de extrema-direita, por meio de manobras obscuras e falta de transparência. Essas ações arriscadas, de acordo com a reportagem, expuseram o banco a um nível de risco sem precedentes na história recente.
As medidas provisórias assinadas pelo ex-presidente resultaram na criação de uma linha de microcrédito chamada "SIM Digital", destinada a pessoas com restrição de crédito, e na liberação de empréstimos consignados para o programa Auxílio Brasil. Essas operações desencadearam num índice de inadimplência assustador, trazendo reflexos para a Caixa.
No caso do SIM Digital, a taxa de inadimplência alcançou a marca de 80% em 2023, o que causará um grande rombo nas finanças do banco. Uma parcela das perdas anotadas será absorvida com recursos do FGTS. No que se refere aos empréstimos consignados para o Auxílio Brasil, mais de 100 mil devedores foram excluídos do Bolsa Família em 2023 e o pagamento das parcelas está incerto.