A atividade econômica brasileira voltou a apresentar contração no segundo trimestre, registrando em maio a maior queda em mais de dois anos, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (17). Essa queda é resultado dos efeitos da política monetária restritiva adotada.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é um indicador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou uma queda de 2,0% em maio em relação ao mês anterior, de acordo com dados ajustados sazonalmente.
Essa queda foi a mais acentuada desde março de 2021 (-3,5%) e ficou abaixo das expectativas da pesquisa da Reuters, que previa estagnação no período.
Os dados de abril foram revisados para mostrar um crescimento de 0,8%, após uma expansão de 0,56% divulgada anteriormente. Nos primeiros cinco meses do ano, o IBC-Br registrou quedas em dois meses, março e maio.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o IBC-Br teve um aumento de 2,15%, enquanto no acumulado de 12 meses apresentou uma alta de 3,43%, de acordo com os números observados.
Embate entre Selic e desinflação
A economia brasileira está enfrentando, por um lado, uma política monetária restritiva, com a taxa básica de juros Selic em 13,75%. Por outro lado, há uma desinflação no país, além da força do setor agrícola no início do ano e um mercado de trabalho resiliente.
O BC se reunirá novamente no início de agosto e já indicou a possibilidade de redução da taxa de juros, desde que o cenário de desaceleração da inflação seja mantido.
Em maio, o volume do setor de serviços cresceu mais do que o esperado, com um aumento de 0,9%. Já a produção industrial brasileira registrou um crescimento de 0,3% em relação a abril, porém ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia.
Por outro lado, as vendas no varejo brasileiro tiveram uma queda inesperada em maio, com uma redução de 1% em relação ao mês anterior, impactadas pela política monetária restritiva da instituição financeira em relação ao crédito.
Desempenho financeiro
A pesquisa Focus, realizada pelo BC e divulgada nesta segunda-feira (17), mostra que o mercado melhorou suas estimativas para o crescimento econômico deste ano e do próximo, prevendo uma expansão do PIB de 2,25% e 1,30%, respectivamente.
O IBC-Br é construído com base em estimativas representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, indústria e setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
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