A projeção de queda da inflação para este ano traz consigo uma maior pressão sobre o presidente do Banco Central, Campos Neto, para a redução da taxa de juros no país. Atualmente fixada em 13,75%, a taxa Selic está sendo alvo de defensores da diminuição, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diversos parlamentares, entre eles o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
De acordo com dados divulgados pelo Relatório Focus do Banco Central nesta segunda-feira (22), a previsão da inflação para 2023 feita pelos analistas de mercado caiu de 6,03% para 5,80% nesta semana. Por sua vez, a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 1,02% para 1,20%.
No que diz respeito à inflação, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 também apresentou uma redução, passando de 4,15% para 4,13%. Já as estimativas para 2025 e 2026 permaneceram em 4,0%.
Em relação aos preços administrados, a projeção do IPCA para 2023 teve um recuo de 10,53% para 9,50%. Há um mês, essa projeção estava em 10,71%. Para 2024, a estimativa se manteve em 4,50%, enquanto as projeções para 2025 e 2026 continuaram em 4,0%.
Quanto ao crescimento do PIB, a estimativa para 2024 teve uma queda, passando de 1,38% para 1,30%. Já as projeções para 2025 e 2026 foram mantidas em 1,70% e 1,80%, respectivamente.
Em relação à taxa Selic, a projeção para a taxa básica de juros da economia brasileira permaneceu em 12,50% nas últimas cinco semanas. A projeção para 2024 se manteve em 10,0% pela 14ª semana consecutiva, enquanto a de 2025 está em 9,0% há 15 semanas. Já a projeção para 2026 continuou em 8,75%.
No âmbito cambial, a estimativa para o dólar em 2023 apresentou uma queda de R$ 5,20 para R$ 5,15. As projeções para 2024 e 2025 se mantiveram em R$ 5,20, enquanto a estimativa para 2026 recuou de R$ 5,30 para R$ 5,27.
Quanto ao resultado primário, a projeção para 2023 se manteve em -1,0% do PIB no Boletim Focus desta semana, enquanto a projeção para 2024 recuou de -0,80% para -0,70% do PIB. A estimativa para 2025 passou de -0,39% para -0,37% do PIB, e a projeção para 2026 subiu de -0,10% para -0,15% do PIB.
Em relação à dívida líquida do setor público, a projeção para este ano teve um aumento de 60,70% para 61,0% do PIB, enquanto a projeção para 2024 avançou de 64,20% para 64,70% do PIB. Para 2025, a estimativa se manteve em 67,0% do PIB. Já a projeção para 2026 subiu de 67,20% para 67,40% do PIB.
Diante desse cenário, a pressão sobre o presidente do Banco Central para a redução dos juros se intensifica, levando em consideração a queda da projeção da inflação e as expectativas de crescimento econômico. O debate sobre a taxa Selic promete ganhar destaque nos próximos meses, com o governo e parlamentares pressionando por medidas que estimulem a atividade econômica e a redução dos custos de crédito no país.