Pelo quinto mês consecutivo, o Brasil registrou uma queda na média dos preços de alimentos e bebidas, com base na prévia da inflação oficial do país divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, essa redução ainda não se reflete no bolso do consumidor. Especialistas afirmam que, apesar de ser a sequência mais longa de quedas nos preços de alimentos em seis anos, os brasileiros continuam pagando mais caro para se alimentar.
De acordo com o indicador divulgado pelo IBGE, a média de preços do grupo de alimentos e bebidas registrou uma queda de 0,31% em outubro em comparação a setembro. Esse número representa uma deflação menos intensa em relação a junho, quando teve início a sequência de quedas do grupo no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
De junho a outubro, o grupo de alimentos e bebidas acumulou uma redução de 2,64%. No entanto, no acumulado do ano, a queda é um pouco menor, de 0,54%.
O IBGE apontou que não houve uma sequência tão prolongada de taxas negativas nos preços dos produtos alimentícios pesquisados para a composição do indicador desde 2017. Naquele ano, ocorreram sete deflações consecutivas, de junho a dezembro, acumulando uma queda de 3,21%.
Para o restante deste ano, a perspectiva não é muito diferente, com a expectativa de que 2023 repita a mesma sequência de sete meses consecutivos de queda nos preços de alimentos e bebidas.
"André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), afirmou que, se as previsões se confirmarem, o indicador deve acumular uma queda de 3%. Ele reiterou que a expectativa é que o grupo continue a apresentar uma redução de preços em novembro e dezembro."