Toda produção de acerola dos Tabuleiros Litorâneos, que chega a ser de 5 a 6 toneladas por ano, é comercializada para os mercados nacional e internacional, chegando a alcançar entre R$ 18 a 20 milhões durante o ano.
Segundo José Clarindo, presidente do Distrito de Irrigação Tabuleiros Litorâneos (Ditalpi), a acerola verde é totalmente exportada para o mercado internacional, especialmente os Estados Unidos e a China. Já a acerola madura é comercializada no mercado interno.
Com 72 irrigantes, o Tabuleiros tem ainda produção de goiaba, caju, coco, melancia, milho, banana, piscicultura, criação de gado de corte e de leite.
800 a 1000 empregos diretos
"Ainda só temos a primeira etapa do projeto funcionando, um total de 2.448 hectares", diz, enfatizando que essa primeira etapa tem 95% de ocupação e injeta mais de R$ 45 milhões por ano na economia da região e gera entre 800 a 1000 empregos diretos e até 3 mil empregos indiretos. O Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) é responsável pela execução das próximas etapas do projeto.
Questionado sobre a importância da ZPE de Parnaíba, inaugurada neste ano, José Clarindo diz que ela traz benefício para toda região e a expectativa é que essa Zona de Processamento possa trazer atrair empresas para região.
Segundo José Clarindo, a vinda de empresas de processamento vai beneficiar o produtor e a região como um todo, pois toda produção será processada na região, vai gerar mais emprego e estimular o aumento de produção. "Seria interessante a vinda de uma empresa âncora para processamento", diz, enfatizando que há diálogo, inclusive, entre a ZPE e empresas que atualmente compram a produção dos irrigantes.
De acordo com o diretor do Distrito de Irrigação, os lotes da primeira etapa dos Tabuleiros Litorâneos foram todos licitados e entregues e há uma grande procura para as obras de segunda etapa. No entanto, não há uma previsão.
Indústrias de grande porte exigem ampliação de áreas cultivadas
Para o irrigante Josenildo Lacerda, que cultiva caju e produz cajuina, a justificativa de instalação da ZPE é o Tabuleiro Litorâneo e existe uma perspectiva de médio e longo prazo para vinda de algumas empresas de processamento de frutas, inclusive das que já compram a produção dos irrigantes.
Para Josenildo, o desafio é que a área é pequena para viabilizar a vinda de indústria de grande porte. "É uma questão de causa e efeito", diz, declarando que à medida que uma indústria de processamento de frutas vem se instalar, há necessidade da ampliação da área cultivada.
Na atualidade, o irrigante diz em momento de instabilidade econômica e de inflação alta, o problema não é a comercialização dos produtos, mas a conjuntura de mercado, o aumento de custo e a diminuição de receitas e garante que o preço alto do dólar não reflete em ganhos para o produtor, pois o lucro fica com a empresa exportadora e não é repassado ao irrigante. Além do mais, há aumento do valor dos insumos para os produtores.