O ano de 2023 é considerado o mais quente desde a década de 60 no Brasil de acordo com relatório publicado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ao todo, os brasileiros foram afetados por nove ondas de calor no decorrer do ano. A previsão para 2024 não é diferente! Pesquisadores do World Weather Attribution afirmam que o calor extremo deverá continuar em 2024.
O reflexo dos impactos do fenômeno El Niño (aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta. Além disso, outros fatores têm contribuído para a ocorrência de eventos cada vez mais extremos, como o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos.
O calor marcou 65 dias em 2023, quase 20% do ano, aponta o Inmet. Cinco recordes de temperatura média foram quebrados de julho a novembro e as previsões para 2024 indicam mais ondas de calor no verão e primeiro semestre. Com isto, o World Weather Attribution ressaltou que 2024 pode quebrar o recorde deste ano e tornar-se o ano mais quente já registrado.
“Para minimizar perdas e danos, o mundo precisa estar mais bem preparado. As vulnerabilidades humanas existentes são o que transforma eventos climáticos extremos em desastres humanitários. [..] É evidente que as alterações climáticas estão a aumentar a desigualdade”, afirmou World Weather Attribution.
Como esse evento climático pode afetar a saúde em geral?
De acordo o endocrinologista Rander Alves, da clínica Les Peaux, é neste período que “há maior necessidade de troca de calor do corpo para o ambiente e, consequentemente, uma maior produção de suor será necessária”. “Quando se perde água e sais minerais em excesso, pelo suor, chamamos de intermação, com sintomas de cansaço, apatia, tonturas e enjoo. É uma condição causada por intensa hipertermia corpórea [forte aumento de temperatura], que gera uma resposta sistêmica inflamatória e atinge vários órgãos, com riscos sérios à saúde.”
Então, é suando que o corpo se autorregula e diminui a temperatura corporal, a fim de evitar a hipertermia. Além desse processo, pode acontecer uma acentuada perda de líquidos e sais minerais importantes para o funcionamento do corpo: “Por esse motivo, se não houver reposição de água e eletrólitos – como magnésio e cálcio –, existe o risco de desidratação e desequilíbrio eletrolítico”, alerta o médico.
O dermatologista Thales Bretas complementa: "Os principais perigos da temperatura alta são as queimaduras e as desidratações. Desidratação também pode levar a distúrbio hidroeletrolítico, principalmente em idosos, com mau funcionamento renal, então é muito importante ingerir água e líquidos claros — como chás e sucos claros — e aumentar a ingesta de líquidos nesses dias bem quentes".