Greve dos ônibus chega ao décimo dia em Teresina

Usuários denunciam que os veículos alternativos cadastrados pela Superintendência de Transporte e Trânsito de Teresina (STRANS) não conseguem suprir a necessidade da população.

Ônibus | Reprodução
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A greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Teresina completa 10 dias nesta quarta-feira (30). Mais de 100 mil passageiros estão recorrendo a outros meios de transporte mais caros para cumprir os compromissos. Além disso, usuários denunciam que os veículos alternativos cadastrados pela Superintendência de Transporte e Trânsito de Teresina (STRANS) não conseguem suprir a necessidade da população.

A estudante Juliana Amorim precisou pagar mais de 30 reais com transporte por aplicativo apenas para chegar na universidade. Nas redes sociais, ela relatou que antes da crise no transporte público, pegava dois ônibus, usando apenas o cartão estudantil.

Transporte público de Teresina (Foto: Raissa Morais)

“Piorou tudo, era até melhor quando as aulas não eram presenciais porque eu não passava por essa dificuldade de chegar na universidade. Muito caro, é um valor muito acima do que eu costumava pagar, moro longe da zona Leste e complica ainda mais para chegar no horário certo”, lamentou a estudante.

Alguns trabalhadores que não têm condições de arcar com os custos das viagens solicitadas por aplicativo estão recorrendo ao “ligeirinho”, um tipo de transporte clandestino remunerado. Condutores de veículos passam em frente aos pontos de ônibus com passageiros e oferecem destino e preços às pessoas.

A vendedora Laís França conta com o transporte irregular para chegar ao trabalho no centro de Teresina. Segundo ela, os veículos alternativos não atendem a região em que mora, no bairro Mocambinho, zona Norte de Teresina. “Para chegar, não tenho opção. A parada que eu fico enche de gente e às vezes passa alguém oferecendo para a gente entrar. Na volta, divido uber, não tem van para passar cartão [transporte alternativo] na minha rua”, contou.

Até agora, não há previsão para o fim da greve. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Teresina (Sintetro), uma reunião será realizada na tarde desta quarta-feira (30), para decidir sobre o futuro do funcionamento dos transportes na capital. "Não está nas nossas mãos a decisão da volta dos ônibus, quem decide é a prefeitura e os empresários", falou Antônio Cardoso, presidente do Sintetro.

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