A Associação Palotina para Educação e Cidadania (Apec), fundada em 21 de abril de 2007, trabalha resgatando juventudes através do Centro Social São Vicente Palozzi. Através de ações para prevenir o uso de drogas e a violência familiar, o espaço atende 80 famílias na região da Grande Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina. São cerca de 120 jovens de 13 a 23 anos que aproveitam o espaço para o fortalecimento de vínculos.
Além das ações em Teresina, a Apec também atua no Maranhão, em Codó e Timbiras. Na capital do Piauí, treinos esportivos, oficinas de dança, música, grafite, informática, produção de texto e palestras fazem da rotina dos jovens de 23 comunidades espalhadas pela região mais produtiva.
Como uma alternativa para tirar jovens da rua e do ócio, em uma região marcada pela criminalidade e facções criminosas, a instituição abre caminhos para a empregabilidade e a inclusão social. Teresinha de Jesus, coordenadora da casa, o resultado é positivo. “Nós trabalhamos crianças e jovens com diversas oficinas, garantindo atividades prazerosas para o bem-estar deles. Todos os dias recebemos esses jovens com uma acolhida, para que se sintam queridos e sonhadores. Nós incentivamos que eles escrevam a própria história de forma positiva”, revela.
Ludmila Azevedo, assistente social da instituição, explica que o espaço cobre um vácuo social enorme. “São jovens em situação de vulnerabilidade. Então esse espaço é de extrema importância. A educação e o desenvolvimento educacional dos jovens precisam de acompanhamento. Fazemos visitas domiciliares para manter a parceria com as famílias. Precisamos desenvolver a parte social e educacional”, considera.
Para Bento Alves, presidente da Apec, explica como tudo começou. “Tivemos uma inspiração das irmãs, que faziam um trabalho com dependentes químicos. Aos sábados, servimos café da manhã para jovens e adolescentes. Então percebemos a necessidade de ter um espaço. Então as irmãs, amigos da Alemanha e a própria congregação se uniram para comprar a casa, que agrega as atividades. Todo esse trabalho é fruto de uma inspiração que se perpetua”, acrescenta.
Equipe preparada e multidisciplinar.
Além da coordenação, a equipe do Centro Social São Vicente Palozzi é multidisciplinar e competente. São professores de informática, leitura, atividades esportivas e de dança que fazem do espaço ainda mais dinâmico e diverso para a juventude que usufrui do serviço oferecido.
Iara Patrícia, professora de português, por exemplo, é fruto da instituição. Ela participava das atividades e hoje é educadora de leitura na casa. “Para mim é um prazer imenso contribuir com a Apec. Comecei com um curso de grafite, então quando recebi o convite para ser educadora foi uma satisfação enorme. Fiquei feliz de terem acreditado no meu potencial. A leitura é transformadora e acredito muito no poder transformador que ela permite”, revelou.
O esporte também é um suporte necessário para o desenvolvimento dos jovens. Na instituição, o vôlei e o ping-pong são a sensação. Rogério Lima, educador esportivo que mora na região e contribui com a Apec, fala da importância do desenvolvimento esportivo nesta fase da vida. “O esporte nesse momento é de grande relevância, inclusive nesse período de retorno das atividades onde houve o isolamento social. Vamos trabalhar a saúde física, mental e social. Para nossa comunidade, isso é muito relevante”, considera.
Uma juventude que quer brilhar
Eles são cheios de sonhos. Os educandos do Centro Social São Vicente Palozzi vislumbram um futuro onde podem ser o que quiserem. Afinal, a Apec ensina que eles devem ser protagonistas da própria história.
Karina Lima Santos, de 19 anos, é uma das que agarra com força as boas oportunidades. “Faço o curso de informática duas vezes por semana e isso tem sido muito bom para minha formação. No mercado de trabalho, o conhecimento em computação é fundamental. Agradeço a oportunidade", reconhece.
Já Ronaldo Fernandes, de 24 anos, frequenta o espaço desde os 16. “Eu comecei a vir para cá a convite da Irmã Leni, que é umas das fundadoras do projeto. Ela sentou com a gente e explicou como eram as atividades. Então vim, participei de tudo e gostei muito. Isso contribuiu muito para minha vida e fiz novas amizades. Minha vida mudou totalmente”, aponta.
Emanoel Silva, de 23 anos, está há cinco anos participando dos projetos da Apec. “A APEC apareceu nas nossas vidas ajudando todos os jovens. São várias oficinas e professores maravilhosos. Para mim, minha vida mudou desde 2016, quando entrei aqui. A gente ajuda compartilhando esse projeto nas escolas e comunidades. No Enem, os jovens daqui têm destaque”, finaliza.