Em primeira reunião, Guiana e Venezuela prometem 'diminuir controvérsia' sobre Essequibo

O governo da Venezuela disse que os dois países se mostraram dispostos a “continuar com o diálogo”

Presidentes da Guiana e da Venezuela dão aperto de mão durante encontro | Reprodução
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O presidente da Guiana, Irfaan Ali, se reuniu nesta quinta-feira (14) presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas, país do Caribe, para tentar resolver o impasse sobre Essequibo. Na ocasião, o líder da Guiana disse que não vai permitir mudanças no mapa de seu país. A Venezuela disse que apresentou uma "posição inalterável".  

O encontro, que aconteceu em uma sala reservada do aeroporto de São Vicente e Granadinas, na capital Kingstown foi o primeiro entre os dois líderes desde a escalada da disputa. Maduro e Ali deram um aperto de mão e, segundo o governo venezuelano, se disseram comprometidos em "diminuir a controvérsia em relação ao território de Essequibo". 

O governo da Venezuela disse que os dois países se mostraram dispostos a "continuar com o diálogo" sobre o território, que representa 70% da Guiana, mas que a administração de Maduro reivindica como sua.

"Chegamos a São Vicente e Granadinas com a bandeira da paz e o mandato do povo venezuelano em alto", declarou o líder venezuelano pelas redes sociais.

Em entrevsita a jornalistas após a reunião, Irfaan Ali dsse que exige "respeito à soberania". "Não há narrativas, propagandas que vão alterar o mapa de Guiana".

A região de Essequibo, maior que a Inglaterra e o estado do Ceará, faz parte da Guiana, mas é reivindicada pela Venezuela, que, no início de dezembro, aprovou em referendo a anexação da área. Desde então, movimentos tanto da Venezuela como da Guiana acirraram os ânimos.

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, foi enviado ao encontro. Fontes do Planalto disseram à GloboNews que Amorim defenderia o diálogo e se manifestaria contra "ações unilaterais que agravem a situação".

Amorim e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas atuaram apenas como observadores --ou seja, não puderam ter qualquer interferência nas decisões.

Apesar de uma invasão ser apontada como pouco provável por especialistas, Maduro subiu o tom nos dias posteriores à consulta pública: lançou um novo mapa oficial do país contemplando a região de Essequibo e, diante de uma multidão em Caracas, assinou decretos criando oficialmente o estado de Essequibo.

Os Estados Unidos, que já haviam feito parceria militar com a Guiana no ano passado, com foco na crise de Essequibo, anunciaram sobrevoos militares à região, o que Maduro chamou de provocação. Os EUA estudam ainda a criação de uma base militar em Essequibo.

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