Com a escalada do conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, o governo brasileiro lançou uma operação de resgate para retirar cidadãos brasileiros da zona de conflito. Entre os mais de 2 mil pedidos de socorro, cerca de 20 brasileiros enfrentam uma situação crítica no epicentro dos confrontos: a Faixa de Gaza.
Na tarde da última quinta-feira (12), um avião presidencial da Força Aérea Brasileira partiu em direção a Roma, Itália, aguardando autorização do governo egípcio para pousar no Cairo e evacuar brasileiros de Gaza. Este é o primeiro voo brasileiro em direção ao território egípcio e foi convocado em caráter de emergência, sugerindo avanço nas negociações entre os governos brasileiro e egípcio para permitir a entrada dos brasileiros.
Para garantir a segurança durante o deslocamento até a fronteira, o governo federal está reunindo toda a documentação necessária e informando autoridades egípcias, palestinas e israelenses sobre o dia e a hora exatos em que um ônibus conduzirá os brasileiros da Faixa de Gaza até a cidade de Rafah, no Egito.
Obstáculos
Entretanto, o processo enfrenta desafios, como possíveis bombardeios em Rafah para evitar o bloqueio israelense, o risco de infiltrados extremistas do Hamas no território egípcio e a falta de estrutura migratória adequada no Egito para receber os brasileiros.
Segundo o Itamaraty, a maioria dos brasileiros em Gaza são mulheres e crianças, concentradas em uma escola onde receberam suprimentos básicos. Contudo, a situação tende a piorar devido ao bloqueio israelense, que interrompeu o fornecimento de energia, água, alimentos e medicamentos até que os reféns do Hamas sejam libertados.
A passagem por Rafah, por onde os brasileiros sairiam e a ajuda humanitária aos palestinos entraria, tem sido alvo de bombardeios do governo israelense. Autoridades israelenses alertaram o governo egípcio sobre possíveis ataques aéreos contra caminhões que transportam suprimentos para Gaza.
A Faixa de Gaza, território com 2,3 milhões de habitantes sob domínio do Hamas desde 2007, encontra-se cercada por bloqueios terrestres e aéreos impostos por Israel, sem corredores humanitários para a saída dos civis da zona de combate. O único caminho para saída por terra, sem passar por Israel, é por Rafah, fronteira com o Egito, que tem sido bombardeada pelo governo israelense.
Embaixada do Brasil em Tel Aviv pediu a Israel para não bombardear uma escola que abriga brasileiros durante o conflito.
O Brasil ainda aguarda a autorização do Egito para o resgate, sem uma data prevista para a operação. Antes mesmo do conflito atual, aproximadamente 80% da população de Gaza dependia de ajuda internacional, e cerca de 1 milhão de pessoas contavam com doações de alimentos para sobreviver. APara mais informações, acesse MeioNorte.com