Diante da recusa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em se retratar da declaração polêmica que comparou a guerra de Israel contra o Hamas com o Holocausto, o governo israelense confirmou que manterá Lula como “persona non grata” e avaliará os próximos passos.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou, na manhã desta terça-feira (20), que não houve mudança na posição oficial, reafirmando a declaração do ministro Israel Katz de que Lula é "persona non grata".
Uma fonte da diplomacia israelense destacou que, por enquanto, não estão planejadas medidas adicionais, como a suspensão de relações diplomáticas, e ressaltou que não há interesse em levar a crise a esse nível. No entanto, membros do governo israelense afirmaram que futuras posições e manifestações de Lula sobre o conflito em Gaza poderão influenciar a tomada de medidas adicionais.
Houve uma avaliação de que a recusa de Lula em se retratar é considerada um erro que retira o Brasil da condição de país neutro e equilibrado historicamente mantido ao tratar do conflito árabe-israelense. Além disso, a manutenção dessa posição foi vista como um distanciamento do Brasil em relação a países do mundo livre, como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e França, podendo contribuir para um crescimento do antissemitismo no país.
Ao serem consultadas sobre a avaliação de Israel, fontes diplomáticas brasileiras discordaram da leitura. Elas afirmaram que a ideia de o Brasil se distanciar do mundo livre não procede, especialmente vindo de um governo sujeito a pressões e críticas da comunidade internacional.
As fontes brasileiras destacaram que o foco do Brasil está na situação dos civis palestinos e na iminência da ação militar em Rafah, no sul de Gaza, ressaltando as preocupações com as consequências humanitárias dessa ação. Também afirmaram que tentativas de intimidação por parte do governo israelense não terão efeito no Brasil.
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