A polícia americana encontrou o corpo decapitado de Marisol Macias Castaneda, jornalista do jornal Primera Hora, da cidade de Nuevo Laredo, México. O corpo acompanhava um bilhete escrito à mão dizendo que ela havia sido morta em retaliação a suas postagens em redes sociais. Esse é o terceiro crime semelhante somente neste mês na cidade de Nuevo Laredo, localizada no estado de Tamaulipas.
Segundo a polícia, as postagens na rede social local, Nuevo Laredo ao Vivo, resultaram na morte da jornalista. O site compartilha notícias e informações sobre o exército mexicano, marinha e polícia, e inclui uma sessão para reportar a localização dos esconderijos de traficantes e pontos de venda de drogas ? possivelmente a informação que enfureceu o cartel mexicano Zetas, gangue de traficantes fundada por desertores militares que se tornou conhecida por assassinatos em massa.
A mensagem encontrada próxima ao corpo fazia referência ao apelido que a vítima usava no website: ?La Nena de Laredo?, ou ?A Menina de Laredo?. ?Nuevo Laredo ao Vivo e redes sociais, eu sou a Menina de Laredo e estou aqui por causa de minhas denúncias e das suas.? ? dizia a mensagem ? ?Para todos que não querem acreditar, isso aconteceu comigo devido a minhas ações, por acreditar no exército e na marinha. Obrigada por sua atenção, respeitosamente, Menina de Laredo? ZZZZ.? As letras ?Z? simbolizam o nome Zetas. O grupo tem base na cidade de Laredo, Texas e ainda não foi esclarecido como os assassinos descobriram a verdadeira identidade da jornalista.
No início do mês, um homem e uma mulher foram encontrados mortos em Nuevo Laredo com uma mensagem similar direcionada aos usuários da rede. Ainda sim, não foi encontrada qualquer prova de que os dois haviam de fato postado alguma mensagem, ou em quais sites tinham feito isso.
Residentes de cidades mexicanas que fazem fronteira com os EUA frequentemente postam em redes informações para denunciar a violência do tráfico, já que acreditam estar anônimos. Mídias sociais como salas de bate-papo locais e blogs, Twitter e Facebook, geralmente são a única opção para moradores de cidades violentas evitarem áreas sujeitas a investidas e ataques do tráfico já que veículos maiores se sentem intimidados em reportar a violência.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos do México, oito jornalistas foram mortos no país este ano, somando 74 mortes desde o ano 2000.