O Egito, historicamente mediador entre Israel e os palestinos, enfrenta desafios significativos no controle da passagem de Rafah, uma das rotas terrestres cruciais saindo da Faixa de Gaza. Embora o Egito tenha sido o primeiro país árabe a estabelecer a paz com Israel em 1978, a atual atenção recai sobre as restrições rigorosas na passagem de Rafah.
Milhares de palestinos aguardam do lado de Gaza enquanto caminhões de ajuda essenciais permanecem estacionados no lado egípcio. Apesar dos esforços de ajuda em direção à fronteira, ainda não há um acordo claro para a abertura da passagem, que sofreu ataques israelenses recentes.
As restrições mantidas pelo Cairo ao longo dos anos foram motivadas, em grande parte, por preocupações de segurança no Norte do Sinai, onde as autoridades enfrentam conflitos com jihadistas ligados à Al-Qaeda. No entanto, a atual hesitação do Egito em abrir a passagem sem condições pode também envolver a prevenção de um êxodo em massa de palestinos de Gaza.
O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, destaca que o Egito receia lidar com um grande influxo de residentes de Gaza, tornando-se responsável por eles indefinidamente. O Egito parece disposto a permitir a saída de estrangeiros e palestinos com dupla nacionalidade, mas condiciona isso à entrada de ajuda humanitária em Gaza.
O impasse é agravado pela divergência entre Egito e Israel. Enquanto o Egito busca equilibrar a saída de palestinos e a entrada de ajuda, Israel parece favorecer uma maior emigração palestina, limitando, ao mesmo tempo, a quantidade de ajuda permitida. O ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, afirmou que Israel ainda não tomou uma posição clara que viabilize a abertura da passagem.
A situação humanitária em Gaza é cada vez mais crítica, e os esforços diplomáticos intensificam-se na busca por uma solução para o impasse.
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