O suporte ao uso terapêutico da maconha é um tema que encontra apoio na maioria da população brasileira, independentemente de sua orientação política. Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha, tanto os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro mostram ampla favorabilidade ao uso medicinal da planta.
O instituto entrevistou 2.016 pessoas com idade a partir de 16 anos em todo o Brasil nos dias 12 e 13 de setembro, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os resultados mostram que 76% dos entrevistados se posicionaram a favor do uso da maconha no tratamento de doenças no Brasil, enquanto 22% foram contra. A maconha é utilizada no tratamento de diversas condições, como epilepsia, Parkinson, glaucoma, câncer, esclerose múltipla, entre outras.
Entre os entrevistados que declararam ter votado em Lula (PT) na eleição presidencial de 2022, 82% expressaram apoio ao uso medicinal da maconha. Apenas 16% dos entrevistados desse grupo se mostraram contrários à cannabis medicinal. Esse apoio é um pouco menor entre os que votaram em Jair Bolsonaro (PL), mas ainda assim majoritário, com 69% a favor e 29% contra a legalização da maconha para uso terapêutico.
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre permissão para o plantio da maconha para fins medicinais no Brasil. Duas em cada três pessoas (67%) se disseram favoráveis à legalização, enquanto 31% afirmaram ser contra e 1% indiferente. Entre os eleitores de Lula, o apoio à regulamentação do plantio é de 73% e a rejeição, 24%. Já entre os entrevistados que votaram em Bolsonaro, 59% são favoráveis e 39%, contrários.
Apenas 3% dos entrevistados ouvidos pelo Datafolha disseram utilizar ou já ter utilizado algum remédio feito a partir da planta. Em contraponto, entre os 97% que nunca usaram medicamentos derivados da cannabis, 60% disseram que com certeza aceitariam esse tipo de tratamento caso recebessem a indicação de um médico de confiança, e 15% considerariam essa opção. Uma parcela de 23% recusaria o tratamento mesmo com recomendação médica.
No Brasil, atualmente, é permitido o uso de produtos derivados da maconha para propósitos medicinais, desde que o paciente possua uma prescrição médica. Com a receita em mãos, é viável importar medicamentos ou adquirir certos remédios disponíveis em farmácias, embora ambas as opções envolvam custos consideráveis. Uma alternativa adicional é obter o medicamento por meio de uma associação de pacientes autorizada judicialmente para o cultivo da cannabis.
(Com informações da Folhapress - Leonardo Zvarick)