Morador que matou “hipster da Federal” agiu em legítima defesa, diz polícia

Lucas Valença, mais conhecido como “hipster da Federal” morreu na noite de 2 de março ao tentar invadir uma residência

Lucas Valença, o "hipster da Federal" | Arquivo pessoal
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O morador que atirou e matou Lucas Valença, conhecido como "hipster da Federal", agiu em legítima defesa, em Buritinópolis, mostra o inquérito da Polícia Civil, que foi concluído e encaminhado à Justiça de Goiás na terça-feira (12).

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 O autor do disparo foi indiciado por posse ilegal de arma de fogo e responde em liberdade. Ele chegou a ser preso em flagrante, pagou fiança e foi liberado logo em seguida.

O "hipster da Federal" morreu na noite de 2 de março de 2022. Ele ficou conhecido nacionalmente após escoltar o ex-deputado Eduardo Cunha, em Brasília.

O  inquérito policial, assinado pelo delegado Alex Rodrigues, aponta que Lucas estava "transtornado, proferindo xingamentos e ameaças, no meio de surto psicótico, chegando a quebrar o padrão de energia da residência e, ao final, arrombar a porta de acesso ao imóvel".

Segundo o documento, o morador avisou que estava armado e atirou para resguardar a própria integridade física e de sua família.

"A arma de fogo, mesmo que de forma ilegal, foi o meio necessário e adequado para cessar o risco atual que a vítima estava provocando", afirma o delegado.

Lucas Valença, o hipster da Federal, morreu no dia 2 de março ao tentar invadir uma casa Foto:Arquivo Pessoal 

Morte

O morador que atirou em Lucas relatou à polícia que ouviu barulho de gente em volta da sua casa e uma gritaria com vários  xingamentos.

Segundo o depoimento do morador, o agente da PF gritou do lado de fora dizendo que "havia um demônio" na residência e, em seguida, disparou: "Saiam todos da casa, se não eu vou entrar e matar", segundo o delegado Adriano Jaime

Com medo e em meio à escuridão, o morador avisou que estava armado. No entanto, segundo ele, Lucas invadiu o imóvel - momento em que atirou em direção do invasor com uma espingarda. Após religar o disjuntor de energia, ele viu a vítima baleada e chamou a Polícia Militar e uma ambulância.

O morador disse ainda que não sabia quem era o homem e que agiu em legítima defesa. Na residência, ele estava na companhia da esposa e a filha de 3 anos.

Depressão

A advogada de Lucas, Sindd Campos,  disse que seu cliente fazia tratamento contra depressão e viajou até o Goiás para comemorar o aniversário do irmão em um rancho da família.

Segundo ela, familiares acreditam que ele saiu a pé e, por estar escuro, não tenha conseguido voltar para rancho.  Sindd  acrescenta que foi o primeiro surto que ele teve.

Natural de Posse, em Goiás, Lucas trabalhava na PF do Distrito Federal desde 2014. 

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