As autoridades do Havaí revisaram o número de óbitos no incêndio florestal que causou destruição na ilha de Maui, elevando-o para 96. Enquanto isso, equipes de resgate prosseguem com os esforços para localizar dezenas de pessoas desaparecidas. Concomitantemente, sobreviventes estão fazendo pressão sobre o governo local, apontando para a lentidão e as deficiências nos sistemas de alerta.
O incêndio já é considerado o mais letal dos EUA neste século. As autoridades confirmaram no sábado (12) que o número de vítimas ultrapassou as 85 provocadas por uma tragédia semelhante na cidade de Paradise, na Califórnia, em 2018. Também é a maior catástrofe do tipo desde 1918, quando 453 pessoas morreram nos estados de Minnesota e Wisconsin.
A atual crise parece estar distante de diminuir, e o governador do Havaí, Josh Green, reconhece que o saldo de vítimas fatalmente aumentará. De acordo com a polícia, cães farejadores conseguiram cobrir apenas 3% da vasta área de busca. Enquanto os bombeiros continuam a lidar com as atividades de rescaldo e a batalhar para conter os focos persistentes de incêndio, os sobreviventes estão se mobilizando nas plataformas de mídia social na esperança de localizar os desaparecidos.
Parte da população vem manifestando revolta com o que considera uma falha do governo em avisar sobre os incêndios. O Havaí tem o maior sistema de sirenes de alerta de segurança pública ao ar livre do mundo, mas nenhum dos 80 equipamentos instalados ao redor de Maui foi ativado enquanto o fogo se alastrava.
O incêndio começou na terça (8) e tomou Maui rapidamente devido a fortes ventos. Na semana passada, o chefe dos bombeiros Bradford Ventura disse que a agência de resposta a emergências não teve tempo suficiente para alertar os funcionários e enviar ordens para a retirada das pessoas. Assim, testemunhas relatam que tiveram pouco tempo para reagir. A ilha de Maui sofreu várias interrupções de energia durante a crise, impedindo que muitos moradores recebessem alertas nos celulares. Surpreendidas, algumas pessoas tiveram que se jogar no mar para escapar das chamas.
Os cadáveres encontram-se carbonizados, com apenas dois deles tendo sido até agora identificados, de acordo com informações policiais. Nesse cenário, as autoridades estão solicitando aos familiares dos desaparecidos que se submetam a testes de DNA para auxiliar na identificação. A polícia de Maui determinou que a entrada na cidade de Lahaina não será permitida enquanto as operações de busca estiverem em curso, abrangendo inclusive os residentes locais. O custo necessário para reconstruir o município foi avaliado em US$ 5,5 bilhões (R$ 27 bilhões) pela Agência Federal de Administração de Emergências. A destruição ou danos afetaram mais de 2.200 estruturas, enquanto aproximadamente 850 hectares foram consumidos pelas chamas.
(Com informações da Folhapress)