Nesta segunda-feira (15), alguns motoristas de aplicativos de transporte, como Uber e 99, decidiram paralisar suas atividades em busca de repasses maiores das empresas nas corridas. Embora a convocação para o movimento tenha sido feita na semana passada, nem todos os motoristas aderiram à paralisação, ainda assim, gerou insatisfação por parte de alguns usuários nas redes sociais.
Conforme a Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), cerca de 65% dos motoristas de aplicativo não estão trabalhando hoje. Ainda segundo a Amasp, o movimento não possui um líder definido e é organizado pelos próprios motoristas, contando com o apoio da associação para divulgação através de influenciadores. O presidente da Amasp, Eduardo Lima de Souza, também conhecido como Duda, afirmou ao UOL que a entidade está dando apoio ao movimento.
Segundo o presidente da Amasp, as empresas responsáveis pelos aplicativos de transporte ainda não demonstraram disposição para negociar com os motoristas em relação aos repasses das corridas. Segundo a categoria, o valor repassado pelas empresas aos motoristas está congelado desde pelo menos 2016, enquanto os preços das corridas têm aumentado para os passageiros.
Nas redes sociais, a paralisação parcial dos motoristas de aplicativo gerou muitas reclamações por parte dos usuários que tentaram utilizar os serviços. Segundo os relatos, a quantidade reduzida de motoristas disponíveis elevou o preço das corridas, resultando em valores mais caros. Além disso, muitos usuários relataram ter perdido compromissos em decorrência da falta de disponibilidade de motoristas. "Peguei o ônibus errado e estou tendo que pagar 35 reais num Uber porque hoje tão fazendo paralisação", disse um usuário. "Quem precisar de Uber hoje, ta ferrado. Eu não sabia que tinha paralisação e perdi meu exame", afirmou outro.
A Amasp publicou no Facebook texto que defende que motoristas "se unir para lutar por seus direitos e reivindicar mudanças". O comunicado é assinado por Paulo Reis, vice-presidente da associação. "As empresas de aplicativos estão lucrando enormemente com o seu trabalho, mas muitas vezes não oferecem remunerações justas ou proteções adequadas", diz o texto.
Conforme o comunicado da entidade anunciando a paralisação, houve inúmeras tentativas de negociação com as empresas de aplicativos, mas não foram bem sucedidas. "Vimos a necessidade de realizar a paralisação na tentativa de termos nossas reivindicações atendidas", diz o informe.
(Com informações do UOL)