O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a pesquisa "Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil", revelando que a disparidade salarial entre homens e mulheres continua significativa no país. Considerando a média dos diversos setores profissionais, as mulheres ainda recebem em média 21,1% a menos do que os homens. Em 2022, o rendimento médio das mulheres correspondeu a 78,9% do rendimento dos homens. Esse índice, ao iniciar a série histórica do IBGE em 2012, era estimado em 73,5%.
💵 RENDIMENTO HABITUAL MÉDIO: Em 2022, o rendimento habitual médio dos homens alcançou R$ 2.920 mensais, enquanto o das mulheres atingiu R$ 2.303. O estudo também evidencia a desigualdade presente em diferentes profissões e grupos ocupacionais. Por exemplo, entre diretores e gerentes, as mulheres recebem 73% do salário de um homem. A disparidade mais acentuada foi observada entre os profissionais das áreas de ciências e intelectuais, onde as mulheres obtiveram apenas 63,3% do rendimento dos homens.
📈 MERCADO DE TRABALHO: A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho foi de 53,3%, em comparação com 73,2% dos homens. Além disso, a taxa de informalidade entre as mulheres atingiu 39,6%, em contraste com 37,3% entre os homens. É notável que a diferença na taxa de informalidade seja ainda mais acentuada entre as mulheres pretas ou pardas, alcançando 45,4%, em comparação com 30,7% dos homens brancos.
⏰ MULHERES GASTAM QUASE O DOBRO DO TEMPO EM TAREFAS DO LAR
Outro aspecto destacado pela pesquisa foi a discrepância no tempo dedicado pelas mulheres aos afazeres domésticos. Além de enfrentarem a disparidade salarial, as mulheres precisam destinar, em média, quase o dobro do tempo dos homens para essas responsabilidades, caracterizando o chamado "segundo turno" de trabalho.
Em 2022, enquanto as mulheres gastaram, em média, 21,3 horas semanais em afazeres domésticos e/ou cuidados com pessoas, os homens dedicaram apenas 11,7 horas. É importante ressaltar que as mulheres pretas ou pardas destinaram, em média, 1,6 hora há mais por semana a essas tarefas do que as mulheres brancas.
POBREZA E RAÇA
- Em 2022, a educação das mulheres brasileiras variava significativamente de acordo com a raça.
- A proporção de mulheres brancas de 18 a 24 anos estudando era de 39,7%, enquanto entre pretas ou pardas era de 27,9%.
- Homens pretos ou pardos tinham o menor percentual de estudo, com 24,6%.
- A disparidade educacional continuava na faixa etária superior, com 29,0% das mulheres brancas completando o nível superior, em comparação com 14,7% das pretas ou pardas.
- A pobreza também afetava desproporcionalmente as mulheres pretas ou pardas, com 41,3% vivendo abaixo da linha de pobreza, em comparação com 21,3% das mulheres brancas.
- Cerca de 32,3% das mulheres brasileiras estavam abaixo da linha de pobreza, de acordo com critérios do Banco Mundial.