A Lei Estadual que inclui gestantes, puérperas e lactantes no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19 foi sancionada na última semana, mas o início da imunização desse público ainda não tem data prevista para acontecer, o que depende da quantidade de vacinas que chegam ao Piauí.
Com a suspensão da produção da vacina Coronavac/Butantan devido à falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), apenas doses da Pfizer e da Astrazeneca estão chegando ao Piauí. Além disso, a orientação do Ministério da Saúde é que gestantes e puérperas sejam imunizadas apenas com a Coronavac/Butantan ou Pfizer/Biontech, o que limita ainda mais a vacinação desse público. Por isso, apenas gestantes e puérperas com comorbidades estão sendo vacinadas, no momento.
Segundo a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), a vacinação desse público será iniciada após a imunização das gestantes com comorbidades. Até agora, apenas 479 gestantes e puérperas tomaram a primeira dose da vacina e uma completou a imunização com a segunda dose, conforme os dados do painel epidemiológico da Covid-19 no Piauí.
A produção da Coronavac foi retomada com a chegada de 3 mil litros da matéria-prima, entregues na segunda-feira (25) ao Instituto Butantan. A estimativa é que as novas doses do imunizante devam ser entregues ao Ministério da Saúde para o Programa Nacional de Imunização (PNI) nos primeiros dez dias de junho.
Mais vacinas para grupo prioritário
As vacinas que chegaram nesta quarta-feira (26), ainda são para as gestantes e puérperas com comorbidades. Em Teresina, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que abrirá, às 18h de hoje (26), o agendamento por meio do site vacinaja.fms.pmt.pi.gov.br/ para a imunização que acontecerá nesta quinta (27) e sexta-feira (28).
No Piauí, permanece a orientação do Ministério da Saúde de que sejam vacinadas contra a Covid-19 apenas gestantes com comorbidades, com doses da Coronavac/Butantan ou Pfizer/Biontech.
A orientação, também, é que as gestantes e puérperas que tomaram a primeira dose da Astrazeneca, incluindo as sem fatores de risco adicionais, devem aguardar o fim da gestação e do período do puerpério (até 45 dias após o parto) para completar o esquema vacinal com o mesmo imunizante.
Lactantes fazem movimento para garantir imunização
Nas redes sociais, mães lactantes do Piauí iniciaram um movimento para garantir a imunização contra a Covid-19. Em um post publicado nesta quarta-feira (26), o movimento diz que continua lutando em defesa legal do direito à vacinação de mães lactantes.
"Lutamos pelo justo direito de sermos vetores de proteção de nossos filhos e para que todas as gestantes, puérperas e lactantes, com e sem comorbidades, de bebês de até 2 anos ou mais, tenham acesso à vacina. Que as autoridades competentes, as profissionais de imprensa e toda a sociedade compreendam que vacinar lactantes é proteger o futuro de todo um país. Basta de mortes maternas e de bebês! Que a decisão seja breve, antes que seja tarde para chorar o leite derramado", diz a nota.
Estudos recentes mostram o poder do leite materno na proteção de bebês e crianças que ainda amamentam ao identificar anticorpos específicos contra o novo coronavírus (IgA e o IgG) no leite produzido por mulheres que receberam a vacina contra a Covid-19.