A Procuradoria Geral do Município ingressou com uma ação exigindo a circulação de 70% da frota de ônibus durante a paralisação dos servidores do transporte coletivo de Teresina, que segue ainda por tempo indeterminado nesta segunda-feira (08). Com multa no valor de R$ 50 mil por dia descumprido, a ação ajuizada foi solicitada pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (STRANS), para manter um percentual mínimo de veículos para a população. Além disso, o órgão cadastrou mais ônibus para suprir a necessidade dos usuários do sistema.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (SETUT), afirma que tentou acordo com o Sindicato dos Trabalhores Empresas de Transportes (Sintetro), a fim de evitar o movimento grevista, contudo não houve um entendimento efetivo entre as partes. "A entidade esclarece ainda que a ação ingressada pela Procuradoria Geral do Município, em que exige a circulação de 70% da frota de ônibus, deve ser direcionada ao SINTETRO que vem impedindo que os veículos saiam das garagens. Infelizmente, o sindicato dos motoristas e cobradores está desrespeitando a lei de greve, que obriga nos serviços essenciais, um quantitativo mínimo de 1/3 da força de trabalho", diz trecho do comunicado.
Essa já é a quarta paralisação da categoria somente neste ano. Desta vez, a greve tem a adesão do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintetro) e tem como objetivo reivindicar a não renovação da convenção coletiva de trabalho.
De acordo com Miguel Arcanjo, diretor de comunicação do Sindicato, o não pagamento de salário é um dos fatores da greve. "A greve foi deliberada na Assembleia no último dia 26 de janeiro. Nós estamos sem convenção desde janeiro de 2020, tentamos o ano inteiro de 2020 negociar com o Setut e eles se negando a negociar com os trabalhadores", declarou.
Anteriormente, o Setut havia explicado que o pagamento que deveria ter sido realizado no último dia 05, não foi feito em decorrência do não repasse da Prefeitura de Teresina referente aos valores devidos, conforme prevê o edital do sistema de transporte. “Atualmente, o setor de transporte público está passando por dificuldades, com condições financeiras precárias, tanto devido à redução na queda de passageiros em função da pandemia, gerando consequente queda de receita como também às dificuldades geradas pelos recorrentes atrasos nos repasses da Prefeitura, que só ocorreram após intervenção através de ações judiciais”, pontuou o sindicato.
Em entrevista ao Meionorte.com, Cândido Pessoa, servidor da categoria e um dos líderes do movimento, explicou que tudo isso é uma situação delicada para os trabalhadores, que têm seus lares para sustentar. “Só para você ter uma ideia, eles pagaram o pessoal da administração e manutenção. Mas já a gente, eles estão se negando a pagar. Tá difícil para os trabalhadores pois temos família para manter e eles ficam nos massacrado para nos usar como moeda de troca com a prefeitura”, desabafou.